Em "O fel do Timbó", a tradição narrativa dos povos originários é ilustrada com a ajuda de algoritmos avançados, quebrando as barreiras entre a antiga sabedoria e a vanguarda tecnológica
A oralidade das lendas indígenas de Roraima ganhou uma nova dimensão visual graças à Inteligência Artificial (I.A.). No mais recente trabalho do jornalista e professor Michel Sales, “O fel do Timbó”, a tradição narrativa dos povos originários é ilustrada com a ajuda de algoritmos avançados, quebrando as barreiras entre a antiga sabedoria e a vanguarda tecnológica.
Conhecido por sua habilidade em entrelaçar palavras e criar universos, Michel agora se aventura no campo do design gráfico sem deixar de lado sua essência de contador de histórias. Para o autor, “A I.A. frequentemente associada ao processamento de linguagem eletrônica, é uma ferramenta versátil em constante evolução e aplicação em diversos campos, principalmente na comunicação, educação e pesquisa”, explicou.
Para ele, o design não fica à margem dessa revolução tecnológica. “A I.A. tem se mostrado uma aliada poderosa na geração de imagens, democratizando o acesso à criação artística. Sempre tive um olhar voltado para o novo, e abracei essa tendência para dar vida visual à “O fel do Timbó”, livro que narra uma das muitas histórias maravilhosas dos povos indígenas roraimenses”, reforçou.
A lenda, carregada de metamorfoses e simbolismo — onde humanos e animais trocam de papéis, ensinando lições e perpetuando a cultura —, agora se desdobra em ilustrações ricas em detalhes, feitas em um tempo recorde. “O fel do Timbó é uma jornada cabulosa”, afirma Sales. “E essa jornada, graças à I.A., não só foi contada, mas visualmente construída em poucas horas. Um tempo impensável para as técnicas tradicionais de ilustração”, comentou.
No primeiro dia, Michel dedicou-se ao entendimento da sonoridade da lenda, mergulhando nos acentos e ritmos que embalam a narrativa oral feita por um indígena já idoso, e que narra histórias fantásticas de seu povo. Em seguida, reestruturou a linguagem, preparando-a para a transformação visual. Por fim, com a assistência de ferramentas de I.A., transmutou palavras em imagens que capturaram a essência da lenda.
E além de enriquecer o conteúdo com detalhes contextuais precisos, a I.A. permitiu uma redução significativa dos custos, uma vantagem que não passa despercebida em tempos de produção cultural cada vez mais desafiadora. O autor destacou que, ao invés de semanas ou meses em estúdio, foi possível finalizar o projeto com rapidez e eficácia, sem sacrificar a qualidade artística.
O fel do Timbó, sexto livro do escritor, promete ser uma experiência imersiva, que traz não apenas o texto, mas também a visão, o som e a sensação da lenda. “A obra é um testemunho da habilidade humana de contar histórias e da capacidade da inteligência artificial de potencializar essa narrativa, provando que a tecnologia, quando bem aplicada, pode ser uma extensão da criatividade e cultura humana”, destacou o autor.
O livro está disponível em plataformas online, oferecendo aos leitores uma viagem pela rica tradição oral de Roraima, agora eternizada nas páginas de uma obra que é tão roraimense quanto universal, graças ao toque de modernidade que a I.A. oferece. E para mais informações sobre “O fel do Timbó”, acesse: @sales.5150 ou pelo link.