Arte africana e latino-americana

Arte africana e latino-americana

Doação de um milhão de dólares à Tate: uma obra de Joan Mitchell e apoio à curadoria de arte africana e latino-americana
A contribuição de uma obra icônica do pintor americano e de seus fundos abre um novo capítulo na representação global da arte não ocidental.
Os colecionadores de arte de Miami Jorge e Darlene Pérez fizeram uma doação significativa para a prestigiosa Tate Modern em Londres. A obra doada é Iva, uma peça emblemática da artista Joan Mitchell, pintada em 1973.
A doação não se limita a esta importante obra, mas também inclui generoso apoio financeiro para a pesquisa curatorial do museu e futuras aquisições, com ênfase particular na arte africana e latino-americana. Este gesto da família Pérez reforça seu compromisso com a cultura e as artes, tanto local quanto internacionalmente, e ressalta o papel crescente de Miami como um centro de coleção de arte contemporânea.
O trabalho de Joan Mitchell na Tate Modern

A doação de Iva à Tate Modern é um dos marcos mais recentes para a família Pérez, que é reconhecida por suas contribuições ao mundo da arte há anos. Esta obra de Joan Mitchell, uma das principais artistas do expressionismo abstrato, foi vendida na Christie's de Nova York em 2018 por US$ 3,3 milhões (incluindo comissões).
Iva, que recebeu o nome em homenagem ao pastor alemão do artista, agora se junta a uma das mais importantes coleções de arte moderna e contemporânea do mundo.

A decisão da família Pérez de doar a peça é, em parte, um reflexo da diretora da Tate, Maria Balshaw, que comentou que, quando a importância de Mitchell no Reino Unido foi reconhecida, suas obras já eram caras demais para serem adicionadas a coleções públicas.

Essa doação, então, preenche uma lacuna significativa na Tate, permitindo que esse importante trabalho de Mitchell seja exibido em um espaço de destaque ao lado de outra peça icônica: o Mural Seagram de Mark Rothko. A obra de Mitchell, que apresenta um jogo de cores vibrantes, especialmente os vermelhos, foi destacada por Jorge Pérez, que observou que a luz no espaço permite que a pintura "respire" e seus detalhes sejam mais apreciados.
O perfil de Jorge e Darlene Pérez

Jorge Pérez, nascido na Argentina, filho de pais cubanos, construiu uma fortuna por meio de sua empresa, The Related Group, especializada no desenvolvimento de condomínios de luxo.

Além do sucesso empresarial, Pérez foi um grande patrono das artes. Em 2019, ele inaugurou o El Espacio 23, um centro de exposições de arte contemporânea em Miami, que abriga grande parte de seu acervo pessoal.

Ao longo dos anos, Jorge e Darlene Pérez foram figuras importantes no mundo da arte de Miami, doando mais de US$ 60 milhões ao Pérez Art Museum Miami (PAMM). Nomeado em homenagem à família Pérez após uma doação histórica de US$ 40 milhões em 2011, o museu se beneficiará de uma nova contribuição de US$ 25 milhões em 2023.

O relacionamento da família Pérez com a PAMM não se limitou a contribuições financeiras; Eles também enriqueceram sua coleção com importantes peças de arte cubana, bem como de outras partes do mundo.
O compromisso da família Pérez com a arte africana e latino-americana



Um dos aspectos mais interessantes desta doação é o impacto que ela terá na curadoria de arte africana e latino-americana na Tate. A família Pérez não apenas doou uma obra valiosa, mas também financiou uma doação multimilionária para apoiar pesquisas curatoriais nessas áreas.

De acordo com Tate, essa doação criará cargos curatoriais dedicados à arte africana e latino-americana, fortalecendo a capacidade do museu de estudar e exibir essas coleções com mais profundidade.

O museu já recebeu promessas de futuras doações de arte africana e latino-americana da família Pérez. Nos próximos anos, peças de artistas como Yinka Shonibare, El Anatsui e Joy Labinjo serão adicionadas à coleção da Tate, ampliando a diversidade de seu acervo e garantindo que obras de artistas da diáspora africana e latino-americana tenham uma representação mais forte e visível.

O apoio da família Pérez também inclui a participação ativa no comitê de aquisições de arte latino-americana da Tate. Isso reflete o compromisso de longa data de Jorge Pérez com a arte latino-americana, uma área que foi central em seu trabalho como colecionador.
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