A exposição que reúne artistas latinos em Madrid

Cor e versatilidade marcam exposição que reúne artistas latinos em Madri
Cores vibrantes e técnicas variadas dão forma a 'Latin Power', uma exposição que reúne nove criadores da Argentina, Peru, Venezuela, México e Espanha, e que busca consolidar Madri como um ponto de encontro fundamental para artistas latino-americanos.

A exposição, que abre neste sábado e pode ser visitada até 29 de março, reúne obras do mexicano Andrés Anza, do argentino Claudio Roncoli, do espanhol Daniel Fuster, dos peruanos Gianna Poladoro, Melissa Dupont, Michelle Prazak e Nader Barhumi, e dos venezuelanos Leonardo Moleiro e Luigi Rockets.

Tamara Kreisler, proprietária da galeria que acolhe a exposição (e que leva seu nome), explicou à EFE que sua galeria tem uma "vocação internacional" e busca trazer artistas de outras partes do mundo para Madri, por isso está abrindo as portas para a realização de outras edições do 'Latin Power' no futuro.

"Para mim, a cor é um ponto comum com quase todos os artistas com quem trabalho, assim como o interesse pelo meio ambiente. Essas são as duas linhas com as quais trabalho, e a América Latina é uma fonte de inspiração", explicou.
Além dos sonhos e fronteiras

O artista peruano Nader Barhumi mora na Espanha há 12 anos, embora diga que não acredita em geografia e fronteiras, por isso acha "interessante" unir forças com outros criadores latino-americanos para levar sua arte para outras partes do mundo, neste caso Madri.

As obras que ele expõe em 'Latin Power' são as mais recentes de sua produção, na qual ele utilizou uma técnica mais "gestual e violenta" do que em trabalhos anteriores, pois confessa se sentir influenciado "pelos tempos que vivemos".

No entanto, o venezuelano Leonardo Moleiro afirma estar passando pelo processo oposto: "Tenho um corpo de trabalho bastante desenvolvido e não sou realmente influenciado pelo que acontece ao meu redor".

Segundo ele, suas pinturas, muito coloridas e quase murais, são criadas a partir de conversas com a estrela Sirius, que lhe mostra através de sonhos as imagens de olhos e mulheres que ele captura em suas pinturas.

Seu trabalho o levou a muitas cidades ao redor do mundo, "um pouco como um nômade", e é por isso que ele se sente grato por expor em Madri ao lado de outros artistas com quem pode trocar experiências e conhecer suas propostas.
Arte das multidões

O argentino Claudio Roncoli compartilha o sentimento de Moleiro: "Somos todos um pouco nômades, viajando de país para país, às vezes vivendo meses no mesmo país, e acho que isso também fica evidente no trabalho."

Roncoli vê esta exposição como uma oportunidade de aproveitar a "efervescência artística" que existe atualmente em Madri, para onde traz seu trabalho baseado na combinação de elementos da pop art e do grafismo retrô.

O artista se inspira na publicidade dos anos 1950 nos Estados Unidos, que marcou o consumo e o estilo de vida da cultura de massa no Ocidente.

As pinturas do artista venezuelano Luigi Rockets também "contêm multidões", embora de uma perspectiva diferente.

Graças a uma técnica única, ele cria composições a partir de centenas de selos postais usados, que carregam o DNA das pessoas que os lamberam para colocar em suas letras, dando origem a personagens com "milhares de pessoas dentro", explicou o artista.

Em suas composições podemos ver selos da Índia, Alemanha, Cuba ou Holanda, embora, como ele mesmo explicou, em suas últimas obras eles sejam "principalmente da Espanha", onde ele mora e onde fez amizade com o presidente da Associação Filatélica do país, que lhe presenteou com "malas cheias de selos".
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