Mais de 200 artistas ibero-americanos se reunirão no Teatro Solís de Montevidéu com música, teatro, poesia, cinema e conferências, homenageando o colombiano Gabriel García Márquez (1927-2014) no âmbito de "Macondo", um "cultural evento" apoiado pela Fundação Gabo.
Isto foi destacado no teatro histórico da capital uruguaia pela diretora de Cultura do Município de Montevidéu, María Inés Obaldía, e pela diretora do Teatro Solís de Montevidéu, Malena Muyala, que explicaram em que consistirá este encontro.
Segundo Obaldía, "Macondo" consistirá em "uma plataforma de homenagem ao escritor colombiano Gabriel García Márquez que terá um espetáculo central e depois uma série de portas que se abrirão para diferentes territórios artísticos".
“É uma experiência imersiva que homenageia, neste caso, García Márquez, mas que transcende o próprio autor, centrando-se sobretudo na literatura latino-americana”, sublinhou o diretor de Cultura à imprensa. Por sua vez, Muyala destacou que, partindo de uma ideia do diretor da Comédia Nacional -elenco teatral estável de Montevidéu-, Gabriel Calderón-, o projeto teve o desafio de "refletir um artista da dimensão de García Márquez" que, ele enfatizou, “supera totalmente a arte” e “transforma”.
Isto, disse ele, implicava “uma rede de trabalho” junto a diferentes entidades artísticas e departamentos governamentais locais e a busca de apoios como a Embaixada da Colômbia no Uruguai e a Fundação Gabo.
Segundo os organizadores, a Fundação criada pelo autor ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1982 desembarcará em Montevidéu com “uma versão pequena” do Festival Gabo, que todos os anos reúne mais de 10 mil pessoas em Bogotá, algo que irá acontecer assim fora da Colômbia “pela primeira vez em 11 anos”. Por outro lado, durante a apresentação de "Macondo", que leva o nome da cidade fictícia criada por García Márquez no famoso romance "100 anos de solidão", a diretora teatral Marianella Morena, que co-dirige o projeto artístico com o também uruguaio Paula Villalba, antecipou como será a experiência.
Os espectadores chegarão ao Solís e assim que pisarem na esplanada terá início a experiência Macondo e é uma viagem que, embora colectiva, também se destina ao indivíduo, da mesma forma que quando lemos o livro temos uma experiência íntima”, revelou.
Haverá, entre outros espaços, uma recriação do bar “La Cueva”, frequentado pelo autor, e um canto infantil ou “Macondito”. Além da mostra central, escrita por autores da Argentina, Espanha, Cuba, Colômbia e Bolívia, entre outros países, haverá atividades que vão desde palestras sobre jornalismo e cultura, oficinas de artes gráficas e bordados, Poesia Slam (recital), exposições de artes gráficas e ainda uma oferta gastronómica.