Uma das experiências que o visitante da exposição ‘Vida e Obra de Frida Kahlo’, que se apresenta no centro Maloka, em Bogotá, é conhecer fatos reveladores de sua vida, a partir do diário pessoal da pintora mexicana. Um pequeno caderno que a artista escreveu durante os últimos dez anos de sua vida, que permaneceu trancado a sete chaves por décadas.
Esta é uma oportunidade diferente das tradicionais visitas museológicas da sua obra, que oferece uma experiência imersiva na vida da famosa artista plástica, através de “multi-salas”, com tecnologia de ponta.
Os seus organizadores, Acciona Cultura -empresa espanhola que cria, produz e promove a cultura global e a criatividade sustentável-, explicam que assim que o espectador entrar nas salas, terá estimulação não só visual, mas "multissensorial" através do som e da cor.
Para tanto, a exposição conta com trilha sonora original criada pelo músico espanhol Arturo Cardelus, indicado ao Prêmio Goya, que viaja por um roteiro baseado nos diários de Kahlo. Além disso, várias das narrações que o visitante ouvirá foram confiadas a atores especializados, que acompanham a proposta de animação digital 3D.
“É uma oportunidade de conhecer uma Frida além do romance com Diego Rivera. Esta exposição representa um retrato de Frida, como mulher, pintora e ícone”, explicam os seus organizadores.
O diário
Sem dúvida, o jornal é o protagonista central da exposição, espaço ideal também para os amantes de selfies com celulares.
Para estruturar esta exposição, a equipa de investigadores e produtores deslocou-se diversas vezes ao museu Casa Azul, no México, onde se encontra o jornal, para o consultar com a ajuda de especialistas locais.
Dizem que este documento histórico sempre esteve guardado em local escondido, em um dos banheiros do atual museu, por indicação do próprio Diego Rivera.
“Quando começamos a investigar Frida e pensamos em como queremos contar sua história, sabemos que o roteiro deve ser estruturado a partir do que o jornal conta, como recurso para abordar outra faceta da artista, e como documento de inspiração e veracidade do que ela viveu. A beleza disto é que este diário nunca foi escrito para publicação. Foi escrito de uma forma muito pessoal, o que nos permite conhecer Frida por dentro e o seu pensamento”, notam os organizadores.
Neste contexto, é importante compreender que foi escrito durante os últimos anos de vida da artista, explicam os investigadores, “um momento em que ela já não estava nos seus melhores momentos”.
Depois de terem uma visão geral do jornal, escolheram as páginas e frases que ajudariam a avançar na história visual do programa. Como aquela famosa Frida que diz: “Para que quero pernas se tenho asas para voar”.
“Não o utilizamos apenas a nível narrativo, mas também a nível visual, pois encontramos muitos desenhos e vestígios de Frida: personagens estranhas, animais, crocodilos, pirâmides, sóis, que utilizamos na animação tridimensional”, os criadores observam.
Dizem que o jornal também traz algumas análises interessantes sobre a teoria das cores e a forma como estas se relacionavam com a artista plástica e seu trabalho.
Frida Kahlo nasceu em Coyoacán (México) em 6 de julho de 1907 e faleceu nessa mesma cidade em 13 de julho de 1954.
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