“Colaborativa e autogerida”: é assim que se define a nova proposta que se agrega este ano ao circuito de arte de Buenos Aires; Simultaneamente à já consagrada feira, destaca-se porque os estandes estão interligados e formam uma grande amostra
2 de setembro de 2023
“Horizontal, colaborativo e autogerenciado. Um modelo de feira de arte com conceito mais livre onde são respeitadas as identidades e perfis das galerias participantes”. Assim se define Affair, a nova feira de arte que abriu quinta-feira e termina hoje, a apenas 600 metros da arteba, no Centro Cultural Saldías. “Não pretende ser uma versão pequena da arteba ou parte de um olhar negativo. Estamos explorando novos formatos de gestão”, afirma o curador Carlos Gutiérrez.
“A forma tradicional de ver arte é visitar um estande de cada vez. Aqui a ideia é que de qualquer ponto você possa ver pelo menos três galerias”, explica Gutiérrez. Em Affair os limites são confusos. Um sistema de estruturas de madeira que se apoiam reflete o espírito colaborativo e gera um espaço expositivo articulado. “Se você tirar um, o resto cai. São cubos incompletos, tem a ver com a necessidade de outro. Não existe uma forma única de lê-lo, todas as obras estão interligadas. Pela edição é pensado como uma cobra, um animal esquivo. Esta é também a experiência do espectador na sala”.
O curador conta que a feira nasceu da decisão horizontal de doze galerias ligadas por problemas e buscas semelhantes. “Alguns não participaram deliberadamente da arteba porque não a acharam atraente; Outros não têm recursos. Apesar de terem sido montadas em três meses, estão muito satisfeitas com os resultados: “O fluxo de vendas foi muito bom, todas as galerias venderam pelo menos uma obra. A ideia é posicionar a marca para que outras galerias se juntem nos próximos anos e tenhamos um espaço maior”.
A artista plástica Luisa González, uma das espectadoras, comemora a proposta: “Várias galerias rejeitadas pela arteba e outras que não podiam pagar o que pediam se uniram. A amostra é muito boa. Existem galerias com uma longa história”. Diana García Calvo, da galeria Sasha D, também se mostrou muito otimista: “É um clima mais amigável. Esta nasceu como uma cooperativa onde os 12 deram a sua opinião sobre que arquitecto chamar, que carpinteiro”.