Arte argentina em Madrid

Arte argentina em Madrid

Arte argentina em Madrid: ARCOmadrid 2025, Marta Minujín e novas compras na Reina Sofía

 Na 44ª edição da ARCOmadrid a arte argentina estará presente com a participação de nove galerias.
 O Museu Reina Sofía também celebrará o trabalho local com aquisições de Ana Gallardo e Alicia Herrero.
 Além disso, esse mesmo museu anunciou uma grande exposição dedicada a Marta Minujín.
Pouco depois da conclusão do Art Basel Miami, com notável presença argentina, todos os olhares se voltam para Madrid. De 5 a 9 de março, a capital espanhola acolherá a 44ª edição da feira de arte contemporânea ARCOmadrid, que contará com a participação de nove galerias argentinas, conforme anunciaram recentemente os organizadores ao divulgar a lista de galerias participantes.
Este anúncio coincidiu com outro marco relevante: o Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia apresentou as suas novas aquisições, que incluem 400 obras de mais de 200 artistas. Entre elas, destacam-se as incorporações das argentinas Ana Gallardo e Alicia Herrero, como parte de uma estratégia para enriquecer suas coleções contemporâneas latino-americanas. Segundo o museu, ambas as artistas “trazem o feminismo e a ironia como ferramentas para explicar tanto as condições materiais de suas próprias carreiras quanto sua relação com o passado colonial”.
Por outro lado, a Reina Sofía também revelou os seus planos para 2025, que incluem uma grande exposição dedicada a Marta Minujín, a rainha da pop art. La Menesunda segundo Marta Minujín, uma experiência imersiva e participativa em torno da icônica instalação criada pelo artista argentino junto com Rubén Santantonín em 1965, será um dos destaques do calendário anual. Este projeto reafirma os laços crescentes entre Argentina e Espanha, antecipando um intercâmbio cultural vibrante para o próximo ano.
Organizada pela Ifema Madrid, a 44ª edição da ARCOmadrid contará com uma seleção de 179 galerias internacionais em sua Programação Geral, além daquelas que farão parte de seções com curadoria como "Wametisé: ideias para um amazofuturismo", Abertura. Novas galerias e "Perfis | Arte Latino-Americana".
Presença argentina

A presença argentina na feira será uma das mais significativas da América Latina, com nove galerias participantes. No Programa Geral estarão Rolf Art, Del Infinito, Herlitzka & Co., Nora Fisch, Pasto, Ruth Benzacar e W Galería. Além disso, Remota de Salta – a única fora de Buenos Aires – participará da seção Abertura, dedicada a propostas inovadoras e novas galerias, enquanto Isla Flotante estará presente em “Perfiles: Arte Latino-Americana”, seção com curadoria de José Esparza Chong Cuy que propõe expor um único artista por galeria.

Dentro de “Perfis: Arte Latino-Americana” participarão artistas como Bárbara Sánchez Kane (Kurimanzutto), a argentina Mariela Scafati (Isla Flotante) e Jota Mombaça (Martins & Montero), entre outros, setor da feira dedicado a reforçar o vínculo histórico entre a ARCOmadrid e a arte na América Latina.
Enquanto isso, a seção central da feira em 2025, “Wametisé: ideias para um amazofuturismo”, com curadoria de Denilson Baniwa e María Wills, explorará formas híbridas de criação que combinam corpos humanos, vegetais, físicos e metafísicos. Entre as 16 galerias selecionadas estará também a argentina Rolf Art, que apresentará um projeto dedicado ao Mapa Teatro, laboratório transdisciplinar fundado em 1984 pelos irmãos suíço-colombianos Heidi e Rolf Abderhalden.

O Programa Geral da ARCO procurará reflectir a força do panorama artístico espanhol, contando com a participação de galerias como Alarcón Criado, Elvira González e Sabrina Amrani, bem como de artistas internacionais como Thaddaeus Ropac, Jocelyn Wolff e Perrotin (o galerista que vendeu a famosa banana de Maurizio Cattelan), entre muitas outras.

ARCO, juntamente com as exposições que serão apresentadas por diferentes instituições da cidade de Madrid, atrairão a atenção de galerias, artistas, colecionadores, curadores e profissionais do setor, tornando-se mais uma vez um evento incontornável no calendário internacional da arte contemporânea.
Fechando o ano, no dia 5 de novembro de 2025, a Reina Sofia inaugurará La Menesunda segundo Marta Minujín, organizada em colaboração com a Tate Liverpool e o Museu de Arte Moderna de Buenos Aires. Atualmente exposta no Copenhagen Contemporary, na Dinamarca, a instalação ficará em Madrid até março de 2026.

No âmbito de uma programação dedicada especialmente às mulheres artistas, o Reina Sofía acolherá uma obra fundamental na carreira da artista argentina: "La Menesunda" – “mistura”, confusão”, em lunfardo – é um cenário com uma estrutura labiríntica que gera diferentes estímulos multissensoriais no visitante. Em sua apresentação original na Florida Street em 1965, trouxe consigo um escândalo na mídia e um enorme sucesso.
Coleção Rainha Sofia

Por fim, as adições de Ana Gallardo e Alicia Herrero à coleção Reina Sofía destacam o crescente reconhecimento das vozes argentinas no cenário artístico global. Enquanto Gallardo transita entre a intimidade e a esfera pública, Herrero explora intersecções entre linguagem, economia, estudos de género e colonialismo.

Ana Gallardo nasceu em Rosário em 1958 e durante a década de setenta iniciou a sua formação artística nas oficinas privadas de Miguel Dávila, Víctor Grippo, Juan Doffo e outros artistas. Realizou exposições individuais no país e no exterior e participou da 56ª Bienal Internacional de Veneza (2015), da 29ª Bienal Internacional de São Paulo (2010) e da 7ª Bienal do Mercosul (2009).
Por sua vez, Alicia Herrero (Buenos Aires, 1954) é uma artista visual cujo trabalho se expõe em instalações, objetos, esculturas e pinturas. Recebeu o Prêmio Nacional de Realização Artística 2021, o Primeiro Prêmio da Fundação Fortabat 2019 e expôs na Bienal do Mercosul (Porto Alegre), na Bienal de Arte de Bogotá e na primeira Bienal do Fim do Mundo realizada em Ushuaia (2007).

Com eventos desta magnitude, 2025 promete consolidar o vínculo artístico entre Argentina e Espanha numa plataforma internacional.
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