Com mais de 100 exposições apresentadas em galerias de todo o mundo, Rocha é considerada uma das mais destacadas referências nacionais da pintura ibero-americana.
Depois de mais de 40 anos dedicados à arte como modo de vida e forma de contribuir para o desenvolvimento e difusão da cultura boliviana dentro e fora do próprio país, o artista plástico, jornalista e professor oruro Ricardo Rocha mantém intacto seu espírito vivo a tempo de produzir suas obras, cujo resultado é sua recente chegada ao país vindo de Bogotá, Colômbia, após participar da exposição 'Sons dos Andes Bolivianos' no Parlamento Andino.
Rocha, ligado à arte desde cedo, estudou na adolescência na Escola de Belas Artes de Oruro e posteriormente se formou como comunicador visual na Universidade de Madison, em Wisconsin, Estados Unidos. A sua técnica, de estilo tradicional, fez com que a sua arte fosse reconhecida nacional e internacionalmente com a presença de cerca de 100 das suas exposições em espaços culturais da Ásia, Europa, Estados Unidos, Canadá e América Latina.
“Sou aquarelista, mas pratico todas as técnicas da pintura. Além disso, sou um fervoroso admirador de William Turner, o mais destacado aquarelista inglês do século XVIII, por isso, quebrando os moldes, comecei a pintar a figura humana com elevado conteúdo social, razão pela qual exploro vários temas que refletem o ser humano. ser, seu ambiente social e as características do altiplano boliviano”, diz Rocha.
O ARTISTA E SUA TÉCNICA Entre as séries do artista nas quais baseia o tema de suas obras estão: 'Expressões Humanas' representando o homem e o corpo humano como ferramenta de expressão, 'Galos' representando os referidos animais como uma janela visual que evoca simbolismos e uma série de interpretações, 'Bronces de alta' em homenagem aos músicos anônimos dos anos 80 que compuseram peças para a entrada do Carnaval de Oruro, 'El Carnaval de Oruro' representando a celebração em homenagem à Virgen del Socavón como um sincretismo cultural hispano-andino e 'Montanhas e paisagens' retratando a imensidão da paisagem boliviana como suporte para a experiência do homem dos Andes a partir de uma visão crítica, biográfica e visão social.
“A minha arte é tradicional, reflete a identidade de um país cheio de cultura como o nosso, com os seus costumes e realidades. Minhas obras são recriações do ser humano andino como tal”, ressalta.
ARTE NA BOLÍVIA A maior parte da produção de Rocha é exposta em espaços artísticos e culturais fora da Bolívia, pois, com o passar do tempo, o artista encontrou mais apoios e oportunidades para divulgar sua arte batendo em portas fora do país.
“Na Bolívia temos muitos talentos, porém eles estão morrendo por falta de apoio do Estado e das políticas culturais do país. Há que considerar que as políticas culturais se baseiam na capacidade das massas intervirem na vida cultural, social e económica da sociedade e isso não existe no país. Não se entende que um artista, que é uma pessoa que cria, expressa os seus sentimentos e processa a sua experiência através da arte, não pode alcançar a sua plena realização ou o exercício das suas faculdades artísticas porque o Estado e os governos no poder a todos os níveis, não o fazem. não nos apoiar com as condições necessárias”, acrescenta.
OS PROJETOS FUTUROS Poucos dias depois de chegar da Colômbia, Rocha passou por
Oruro,
La Paz e Cochabamba para descansar e conviver com sua família antes de retornar à sua agenda atividades que incluem sua participação na Trienal de Aquarela em 2025 na Colômbia como convidado internacional, a montagem de uma de suas coleções na Casa das Américas em Madrid e outras exposições em Santander (Colômbia), Buenos Aires (Argentina) e Washington (EUA), também no ano seguinte.
Além disso, Rocha também atua como professor de pós-graduação na UMSS e entre outras facetas complementares à arte estão o trabalho como jornalista na mídia de Oruro, a produção literária e sua incursão em cargos públicos como presidente do Conselho Departamental de Culturas. Oruro (2010-2014) e como presidente nacional da Associação Boliviana de Artistas Plásticos (2010-2013).
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