Primeira galeria de arte latino-americana na China

Primeira galeria de arte latino-americana na China

Mil Gotas inaugura a primeira galeria dedicada exclusivamente à arte latino-americana na China


A Galeria é dirigida por Guillermo Bravo, um escritor e editor argentino que vive na China há anos. O diretor da livraria Mil Gotas também diz que os chineses estão mais interessados ​​na arte latino-americana do que os artistas locais na cultura do país asiático.

A China agora tem uma galeria dedicada exclusivamente à arte latino-americana. Chama-se Mil Gotas e foi inaugurado em junho do ano passado. Está localizado em Songzhuang, um subúrbio singular de Pequim. O espaço também funciona como residência artística e busca gerar um ponto de intercâmbio cultural entre latino-americanos e chineses.
A inauguração

O ponto de partida remonta a 2017, quando a livraria Mil Gotas, a primeira livraria de língua espanhola na China, abriu suas portas no gigante asiático.

Guillermo Bravo, proprietário da livraria e principal responsável pelo projeto inovador, idealizou a ideia de ampliar a proposta, sempre baseada no conceito “China em espanhol, espanhol na China”.

A Galeria foi inaugurada em meados de junho de 2024. O espaço foi projetado para acomodar diversas expressões artísticas da América Latina, incluindo pintura, escultura e instalações.

A primeira exposição contou com obras de 26 artistas da Argentina, Colômbia, Uruguai, México, Equador, Espanha e China. Alguns deles foram Washington Cucurto, escritor e editor argentino, Fernanda Laguna, artista visual e escritora também argentina, e Cindy Cal, uruguaia que vive na China.

Em declarações aos jornalistas, Bravo explicou que a Galeria pretende apresentar entre duas e três exposições por ano, normalmente relacionadas com um tema específico. Ele também anunciou que estava considerando convidar a ceramista brasileira Raquel de Sá.
Um ponto de encontro

O Thousand Drops está localizado em Songzhuang, um subúrbio de Pequim que ficou conhecido há décadas por atrair a atenção de artistas e se tornar um espaço para workshops e galerias.

Bravo explica que, na década de 1990, o bairro era sinônimo de liberdade e alegria para os artistas. E embora tenha perdido um pouco de sua essência original recentemente, ainda mantém muito dela.

A Galeria Mil Gotas também funciona como residência. Foi projetado como um espaço para todos os artistas que desejam vivenciar uma estadia em Songzhuang.

Tanto para as exposições da Galeria quanto para as residências, o objetivo principal é o mesmo: criar uma ponte, um espaço de troca entre as culturas da China e dos países latino-americanos.

A ideia é que os vínculos não sejam unidirecionais, mas que a troca seja recíproca: que os chineses aprendam sobre a arte latino-americana e que os latino-americanos mergulhem na cultura e nos costumes do país asiático.
Presente e futuro

Guillermo Bravo nasceu na Argentina em 1982 e vive na China há anos. Lá, ele planeja continuar expandindo sua livraria e também as ofertas da galeria inaugurada recentemente.

Ele sabe que o projeto apenas começou e que o progresso será gradual. Mas concebe uma estratégia de longo prazo que aposta em artistas latino-americanos interessados ​​em expor e residir.

Ao mesmo tempo, o projeto planeja expandir sua oferta convidando escritores, cineastas e artistas de outras disciplinas. Além de possibilitar um encontro multicultural, a ideia é que os criadores concretizem sua experiência gerando obras.
Um interesse crescente

Para que o intercâmbio cultural entre a China e a América Latina no campo da arte seja recíproco e equitativo, Bravo argumenta que a chave está em focar a atenção no que está acontecendo por parte dos latino-americanos.

Isso indica que os chineses têm mais curiosidade sobre as obras de artistas latino-americanos do que estes sobre os primeiros.

Guillermo acredita que o interesse da China pela arte latino-americana é significativo e mostra crescimento constante.

Ele acrescenta que esse interesse não está focado apenas no contemporâneo. Pelo contrário, os chineses também são atraídos pela arte indígena e pelas raízes nativas e coloniais. E, finalmente, pela maneira como as diversas expressões refletem o estilo de vida latino-americano atual.

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