Rio de Janeiro abre as portas para arte e tecnologia

Rio de Janeiro abre as portas para arte e tecnologia

Rio de Janeiro abre as portas de sua primeira bienal internacional de arte e tecnologia

Rio de Janeiro, 20 set (EFE).- Uma exposição internacional contemporânea de criações artísticas e interativas que fazem uso de tecnologia e inovação abre suas portas a partir desta quarta-feira no Rio de Janeiro, a cidade mais icônica do Brasil.

No total, 70 obras de 66 de criadores, entre artistas, grupos ou estúdios, de 30 países integram a Bienal de Arte e Tecnologia Nova Rio, exposição que busca reconfigurar a ideia de futuro e convida à interação ativa com o público. .

Esta é a primeira edição do evento, para o qual o Museu do Amanhã, projetado pelo espanhol Santiago Calatrava, localizado às margens do porto do Rio, foi escolhido como sede e cenário.

A exposição convida o público a vivenciar a arte com realidades aumentadas, obras com inteligência artificial, animações, videogames, instalações interativas e realidades virtuais nas quais os participantes poderão tocar, passear e até integrar-se às obras.

Segundo Ricardo Barreto e Paula Perissinoto, curadores da exposição, as obras estão divididas em dois temas principais: A nova estética e a supercriatividade na era da inteligência artificial.

A magia da “arte científica interativa”

Três mulheres interagem com a obra “Petting Zoo”, do estúdio Minimaforms, que integra a primeira edição da Bienal de Arte e Tecnologia Nova Rio. EFE/André Coelho


No primeiro grupo destaca-se o jogo “The Great Adventure Of Material World” do autor chinês Lu Yang, que utiliza mecanismos cinematográficos com animações 3D e hologramas, entre outros recursos.

Também a obra “Capture”, da finlandesa Hanna Haaslahti, que permite aos visitantes criarem o seu próprio avatar digital e interagirem com uma multidão virtual.

Já nos projetos criados com inteligência artificial destaca-se “Liminal”, do canadiano Louis-Philippe Rondeau, uma obra com um arco de luz que tenta ser uma metáfora para um portal no tempo.

Obras da venezuelana Camila Magrane, da italiana Francesca Fini, do sueco Anders Lind, do americano Sam Rolfes e do belga Lef Spincemaille fazem parte da exposição que terá também obras do Japão, Sérvia, Nigéria, França e Grécia, entre outros.

A do colombiano Leo Castañeda, criador de “Levels and Bosses”, funde jogos, pintura, realidade virtual, desenho e escultura numa obra que proporciona um outro olhar sobre as estruturas de progressão, hierarquias e violência de muitos videojogos, mas que também inclui uma mensagem de cuidado ambiental.

Uma mulher interage com a obra “Íris expandida”, da artista Anaisa Franco, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro (Brasil). EFE/André Coelho

“Uma das ideias do jogo é que o sistema energético seja revalorizado, então (o jogo) não é baseado na extração, onde se está destruindo outros seres ou o meio ambiente para obter energia, mas sim é um sistema mais mutualístico, onde as necessidades do meio ambiente são ouvidas”, explicou à EFE.

Outras obras, como “Quantum Jungle”, do artista alemão Robin Baumgarten, têm cunho científico.

O trabalho, desenvolvido para a Universidade da Finlândia, “representa todos os estados em que as partículas quânticas podem estar”, disse o autor à EFE.

Arte, tecnologia e inovação para todos
Aberta até 29 de outubro, a Nova Bienal de Arte e Tecnologia do Rio também terá algumas obras expostas durante doze dias na praça em frente ao museu, para que as pessoas possam apreciá-las e interagir gratuitamente.

Entre estas instalações estarão “Animaris ordis”, uma das esculturas movidas pelo vento do artista holandês Teo Jansen, e a estrutura “Tube”, uma espécie de rede penetrável, do colectivo Numen/For Use Studio, que inclui artistas de Alemanha, Áustria e Croácia.

70 obras de 66 de criadores – entre artistas, grupos ou estúdios, de 30 países – integram a Bienal de Arte e Tecnologia Nova Rio
Da mesma forma, as esculturas politopicas articuladas da artista brasileira Ludmila Rodrigues, com as quais o público poderá criar múltiplas composições e experimentar o espaço moldando uma forma geométrica.

“Essa exposição vai agradar públicos dos mais diversos perfis. Temos certeza de que crianças, jovens, adultos e idosos encontrarão aqui experiências extremamente relevantes que propõem uma reflexão sobre as transformações sociais promovidas pelas tecnologias”, disse à EFE Amarilis Lage, coordenadora de exposições e conteúdos do Museu do Amanhã.

https://efe.com/ciencia-y-tecnologia/2023-09-20

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