Exibirá 11 pinturas na galeria Artivistas, promotora da arte latino-americana
O artista boliviano Cristian Laime busca conquistar Paris, na França, com sua exposição “O Antropoceno”, mostra artística que inaugura quinta-feira, dia 11, e ficará três meses no Velho Mundo.
A exposição na galeria Artivistas mostrará suas pinturas a óleo sobre tela que ligam tradição e pós-modernidade e revelam a influência de temas como poluição e meio ambiente.
O Antropoceno
“O Antropoceno fala sobre sermos uma geração de diferentes fases biológicas da vida que transformaram o nosso clima. Neste caso, o ser humano se torna uma espécie de transformador do ecossistema (mas) ainda tem a oportunidade de mudar o ecossistema para o bem comum”, refletiu Laime em entrevista ao La Razón.
Para o artista, esta exposição é a primeira na Europa. Ele indicou que participar desta parte do mundo era “um sonho” desde jovem. “Chegar a este local que é gerador de tantas manifestações vanguardistas e artísticas nos séculos anteriores, é um sonho (para qualquer artista) e acredito que continua a ser um eixo cultural.”
Lembrou que esta exposição se deve ao trabalho que fez com um curador de arte, que comunicava com os da galeria e entre os três nasceu o projeto.
“Sobre a galeria, é uma galeria nova e comprometida com a arte latino-americana onde expõem artistas da Venezuela, Argentina, Brasil e agora é a vez da Bolívia”, disse.
Acrescentou que “agora tendo uma nova oportunidade em Paris, aspira chegar à Alemanha e a outros países que promovem o tema da pintura e da arte para tornar mais conhecido o trabalho realizado na Bolívia”.
TRABALHO
O artista plástico indicou que chegar a Paris foi um trabalho “muito difícil”, já que como pintor não é tão fácil ter estes espaços para se promover.
“Tem sido um trabalho muito difícil dar-me a conhecer nas galerias e fazer com que as pessoas reconheçam o trabalho que faço. Acho que as redes sociais e alguns outros meios de publicação me deram a oportunidade de me dar a conhecer internacionalmente, tanto em Nova Iorque (Estados Unidos) como em Paris (França).”
Sobre a influência artística, Laime disse que no início não teve uma influência próxima, mas nos últimos anos encontrou a oportunidade de conhecer o professor Gastón Ugalde, falecido em outubro de 2023, que influenciou de alguma forma o seu trabalho.
“Nestes últimos 10 anos tive essa influência em termos de tratar de temas mais conceptuais, e que a pintura não é só paisagens ou figuras bonitas, mas por trás delas têm um conceito mais profundo que pode comunicar e transformar a sociedade”.
Acrescentou que aos 10 anos o desenho e a aguarela eram o seu hobby e uma necessidade muito natural. “Ninguém me impôs isso, nem tive qualquer influência próxima. Já na escola eu era caracterizado por essa faceta, como aquele que desenhava e pintava, então quando terminei o ensino médio tive claro que essa era a minha vocação”, disse.
Dados
Quanto à técnica que utiliza, destacou que é muito antiga e acadêmica, o óleo sobre tela, que é uma das formas mais nobres de representar uma ideia, um conceito e, no caso dele, uma das melhores de se expressar.
Laime, nascido em Puerto Carabuco, região lacustre do Lago Titicaca, em La Paz, estudou na Academia Nacional de Belas Artes Hernando Siles e na Universidade Pública de El Alto (UPEA).
É vencedor de diversos prêmios, entre eles o Grande Prêmio da Sala Pedro Domingo Murillo, em 2018, com a obra “Hino Nacional, Coro Geral”, pintura que remete a conflitos sociais.
Entre as suas realizações estão também, em 2012, no concurso nacional Eduardo Abaroa, na categoria Pintura, com a obra “Siglo de injustiça”. Em 2010 a mostra “ANBA” e no mesmo ano o concurso Arte Jovem na galeria NOTA e na Embaixada da Itália.
Participou duas vezes de exposições nos Estados Unidos, a primeira na Trienal de Arte Latino-Americana de Nova York, em 2022, formando a delegação que representou a Bolívia.