Exposição sobre solidão de mulheres negras

Exposição sobre solidão de mulheres negras

Exposição no Palácio das Artes reúne obras de artistas mineiras refletindo a solidão de mulheres negras em espaços de poder

MINAS GERAIS, Belo Horizonte - A potência de artistas mineiras se une a variadas linguagens e suportes para falar de um tema que transcende as representações artísticas, na próxima mostra de artes visuais do Palácio das Artes

O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) e da Fundação Clóvis Salgado (FCS), apresenta a exposição Quero amar quem acenda uma fogueira comigo às 7 da manhã, com curadoria da artista e pesquisadora Flaviana Lasan. A mostra ocupa a Galeria Arlinda Corrêa Lima de 7 de outubro a 14 de janeiro de 2024.

Com quase 50 obras de 11 artistas contemporâneas, a exposição tematiza a solidão afetiva, social e na ascendência das mulheres negras, através de pinturas, gravuras (algumas com materiais e suportes como água de feijão, nódoa de banana, terra e papelão), peças de cerâmica, registros audiovisuais e outros recursos. A entrada na Galeria é gratuita, e a exposição tem classificação indicativa livre. A Galeria Arlinda Corrêa Lima fica aberta de terça a sábado, das 9h30 às 21h, e aos domingos, das 17h às 21h.

A proposta da exposição foi ativada a partir de experiências pessoais e conversas vividas pela curadora, envolvendo o não pertencimento e a ausência de representações de mulheres negras nos espaços de poder. Outras inspirações vieram a partir dos encontros com o disco Bom mesmo é estar debaixo d’água, da cantora baiana Luedji Luna, com a escrita da mineira Conceição Evaristo e com o livro Cartas para minha avó, da filósofa Djamila Ribeiro.

O título da exposição evoca questões como os anseios das mulheres, liberdade de escolha, as dinâmicas de trabalho e também a luta conjunta contra o racismo – aqui simbolizada pela fogueira, e presente também na expografia, que trará indícios de carbonização. “Neste título eu induzo um movimento afetivo, mas que trata também de poderes estatais e de condições de vida digna para a mulher negra”, sintetiza Flaviana Lasan.

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