O Governo do México apresenta os Prêmios Nacionais de Artes e Literatura de 2023

O Governo do México apresenta os Prêmios Nacionais de Artes e Literatura de 2023

Representando o Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, a Secretária do Interior, Luisa María Alcalde Luján, juntamente com a Secretária Federal da Cultura, Alejandra Frausto Guerrero, apresentaram hoje os Prêmios Nacionais de Artes e Literatura 2023, no Palacio de Bellas Artes.

O prêmio é o reconhecimento concedido pelo Governo do México com o objetivo de promover e divulgar o trabalho daqueles que, através de suas criações, produções ou trabalhos de ensino, pesquisa ou divulgação, contribuem para o enriquecimento do patrimônio cultural do país.

No Salão Nobre do maior espaço cultural do país, Beatriz Espejo Díaz recebeu os Prémios Nacionais de Artes e Literatura, em Lingüística e Literatura; Claudio de Jesús Valdés Kuri, em Belas Artes; José Manuel Valenzuela Arce, em História, Ciências Sociais e Filosofia, e Guillermo Velázquez Benavidez, em Artes e Tradições Populares.

O Secretário do Interior recordou o trabalho de quem foi reconhecido neste dia e reconhecido nas diversas categorias que esta condecoração engloba.

“Para os nossos quatro vencedores de hoje, há um pedido e parabéns. O pedido é que nunca deixem de nos surpreender com a música do seu trabalho. Desde a palavra, a expressão, a ciência ou o canto, mostram-nos o que tem sido procurado pelo presidente López Obrador, a quem hoje tenho a honra de representar: dar voz a quem não a tinha”, expressou.

Por sua vez, a Secretária de Cultura do Governo do México, Alejandra Frausto Guerrero, afirmou: “São quatro criadores com ideais, princípios, paixão e determinação extraordinários. Eles quebraram barreiras e superaram obstáculos ao longo de sua carreira. Este prêmio é o reconhecimento de toda uma carreira que hoje os torna Criadores Eméritos do Sistema de Apoio à Criação, sistema esse, antigo Fonca, que conta com apoio constante; Neste momento temos 2.253 beneficiários atuais e 66 deles são eméritos, permanentes, enquanto estiverem vivos terão o apoio do Estado que valoriza as suas carreiras artísticas, mês após mês.”

Acrescentou que, tal como os criadores transformaram as suas vidas e a de outras pessoas através da arte, existem 443 Creative Seedbeds em todo o país, grupos comunitários de formação artística onde meninas, rapazes e jovens estão a transformar a sua realidade.

“O panorama da criação no México – continuou – ultrapassa em muito o âmbito de um sistema, somos um país culturalmente sustentado, artisticamente vasto, bem representado em todos os seus recantos. Sem dúvida você é um exemplo do caldeirão da nossa diversidade e com seu trabalho você celebra isso todos os dias em palcos e salas de aula gratuitas. A melhor homenagem é ouvir Guillermo Velázquez, ler José Manuel Valenzuela e Beatriz Espejo, ir ao teatro apreciar as obras de Claudio Valdez Kuri.”

Beatriz Espejo, premiada em Linguística e Literatura, considerou “que um país importante como o nosso tem direito à saúde e à cultura e em matéria de cultura estamos à frente de muitos outros países. Há uma frase de Unamuno – continuou – que quando recebeu uma medalha disse ao rei 'muito obrigado, Majestade, por esta medalha que mereço'. Eu, por outro lado, não tenho tanta certeza se mereço isso. No entanto, ao longo da minha vida tive uma grande paixão pela literatura. Publiquei prólogos, artigos, ensaios, traduções; Sempre fiz tudo com muita perseverança; "Talvez essa seja a única razão pela qual ele merece esta medalha."

Claudio de Jesús Valdés Kuri, vencedor do Prêmio Belas Artes, explicou que “falar do fenômeno teatral é entrar no reino do sutil; É uma arte essencialmente efémera, escrevemos no ar, mas com o grande poder de sussurrar ao ouvido do espectador. Tudo o que nos acontece, seja bonito ou horrível, está acontecendo para o nosso bem maior. O teatro é uma ferramenta poderosa, única e sagrada, onde o espectador pode, através do outro, contemplar o seu próprio ser. Confio que os jovens que ficam para trás não percam o fôlego e saibam que, ao colocarem esta ferramenta maravilhosa ao serviço dos outros, estão a criar caminhos de consciência para uma evolução mais gentil, generosa e plena.”

José Manuel Valenzuela Arce, vencedor de História, Ciências Sociais e Filosofia, refletiu que “a situação dos jovens adquiriu desafios mais do que preocupantes, especialmente na América Latina, onde os canais de mobilidade social e as possibilidades de construção de projetos eram limitados. da vida. Os processos de precarização aliados à degradação das entidades encarregadas de fazer justiça enquadraram o mundo dos jovens, colocando muitos deles em 'necrozonas' que ampliam a incidência do juvenicídio.

Exigimos uma ciência crítica, reflexiva e humanista que questione a sua responsabilidade na transformação da realidade e que prefigure o lugar que queremos como humanidade.”

Guillermo Velázquez Benavidez, reconhecido em Artes e Tradições Populares, decidiu homenagear a tradição ao receber o Prêmio, e em palavras decantadas em verso expressou: “Quero pousar no galho das minhas melhores palavras para homenagear a arte que derrama, sem lantejoulas de fama, nem roupas deslumbrantes; mas como água humilde, acessível e coletiva; É com esse espírito que recebo o Prêmio e a homenagem. Músicos que, sem escola, foram no coração depositários de um dom que alegra e consola, trovadores cuja voz voa e faz vibrar a cordame, enriquecendo a paisagem com belos sons e versos; Recebo, em nome deles, o Prêmio e a homenagem. (…) Velhos poetas eruditos, sem títulos, nem linhagem, pilares do andaime do México mais criativo, evocando a recepção, o Prêmio e a homenagem.”
Reconhecimentos por sua contribuição à cultura e às artes no México

Beatriz Espejo Díaz nasceu em 19 de setembro de 1939 em Veracruz. É escritora, narradora, ensaísta, pesquisadora e acadêmica. Devido às suas habilidades literárias e rigor acadêmico, obteve bolsas do Centro Mexicano de Escritores, do Centro de Pesquisa Literária da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e do El Colegio de México. É autora de uma extensa obra narrativa composta, entre outros títulos, por A Outra Irmã (1958), Muros de Azogue (1979), A Canção do Pecador (1993), A Feiticeira (1995), Alta Costura (1997), Tudo o que fazemos em família (2001), Marilyn na cama e outras histórias (2004), O anjo de mármore (2008) e O palácio da memória (2018).

É reconhecida como fundadora da revista El Rehilete (1961-1971), que se destacou por ter um diretório inteiramente feminino. Recebeu distinções notáveis ​​como o Prémio Nacional de Jornalismo (1986), o Prémio Universitário de Excelência Artística e Divulgação da Cultura (2008), a Medalha de Ouro em Belas Artes (2009) e a Medalha Jaime Sabines (2011).
Claudio de Jesús Valdés Kuri, nascido na Cidade do México em 1965, encenador e dramaturgo, é um dos mais reconhecidos artistas performáticos latino-americanos. Suas criações foram aclamadas em mais de 200 cidades nos cinco continentes. Recebeu importantes prêmios e elogios da crítica especializada nacional e internacional. Ocupa um lugar de extraordinária relevância dentro da comunidade teatral do país e tem conseguido renovar e ampliar o interesse pelo teatro nos mais diversos setores. É uma figura chave que coloca o México como referência de excelência artística.

Fundou o Teatro de Ciertos Habitantes em 1997, companhia na qual põe em prática a sua vocação interdisciplinar como diretor, dramaturgo, ator, músico e diretor de cinema. Desde a primeira produção, sua visão original estourou com sucesso no cenário nacional. Suas produções e propostas de coprodução colocaram o teatro e a dramaturgia mexicana nos mais renomados fóruns e festivais do mundo. A vontade de transmitir conhecimento e experiência motivou-o a criar o ArtBoretum, um centro de desenvolvimento de artes performativas e encontros comunitários, uma proposta que une arte, ecologia, comunidade e desenvolvimento humano.

José Manuel Valenzuela Arce nasceu em 1º de agosto de 1954 em Tecate, Baixa Califórnia. É professor pesquisador emérito do El Colegio de la Frontera Norte e pesquisador emérito do Sistema Nacional de Pesquisadores (SNI). Possui doutorado em Ciências Sociais com especialidade em Sociologia pelo El Colegio de México e doutorado honorário pela Universidade Autônoma da Baixa Califórnia (2013). Ele ganhou o Distinguished Visiting Professor in Mexican American Studies da University of Arizona (2007) e a John Guggenheim Foundation Fellowship (2005) por bolsa produtiva ou capacidade criativa demonstrada nas artes. Ganhou bolsa da Fundação Rockefeller/Universidade Federal do Rio de Janeiro para residência de pesquisa naquela cidade brasileira (1994-1995).

Publicou 50 livros, sendo 22 como autor único e em 28 foi coordenador; Ele também escreveu 94 capítulos em diversas edições e 50 artigos em revistas acadêmicas. Seus títulos mais recentes são: A Dança dos Extintos. Juvenicídio, violência e poderes assassinos na América Latina (2022); Cuchuma. A montanha sagrada de Tecate (2022); Heteronímias nas ciências sociais (2020); O grande México. Culturas mexicanas além das fronteiras (2020); Vozes divergentes. Juventude, resistência e narcocultura (2020); Caminhos do êxodo humano. As caravanas de migrantes da América Central (coord.) (2019).

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