ARCO 2025 toma o pulso da arte latino-americana

ARCO 2025 toma o pulso da arte latino-americana

Dentro do amplo escopo da Feira Internacional de Arte Contemporânea ARCO 2025, a presença de galerias latino-americanas mais uma vez se destacou, não apenas em termos de porcentagens de representatividade, mas também como foco de seu projeto central: "Wamisté: ideias para um futurismo amazônico".

 Suas propostas vão do diálogo com a tradição até novas formas de conceituação artística, que a consolidam como uma região onde a criatividade é infinita.

Esta seção tem curadoria de Denilson Baniwa e Maria Willis, com a participação de 15 galerias de seis países, incluindo Brasil e Argentina, e artistas como Claudia Andújar, Carlos Jacanamijoy, Carlos Motta e o Coletivo Mahku.


Esboço para o catálogo Latam

Mas este não é o único espaço onde a América Latina é protagonista. A seção "Perfis/Arte Latino-Americana" reúne 10 galerias de sete países diferentes, cuja premissa é expor o trabalho de um único artista por galeria. Entre elas está a galeria Embassy em San Juan, Porto Rico, dirigida por Christopher Rivera.
A instituição apresenta o trabalho de Chabeli Cifres, cuja prática artística funde espiritualidade, adivinhação e o uso do olfato como meio de exploração conceitual. Em entrevista ao Arte por Excelencias, Rivera destacou como a Embajada começou como um "Artist Run Project", um espaço administrado por artistas para artistas, até se tornar uma galeria consolidada que evoluiu organicamente dentro do circuito internacional.

Já a galeria Isla Flota, com filiais em Buenos Aires e São Paulo, está na ARCO com uma proposta que revisita a obra da artista argentina Mariela Scafati. Com uma exposição que abrange o final da década de 1990 até o presente, a galeria enfatiza a evolução de sua linguagem pictórica, transitando entre a abstração e a figuração com um foco experimental na materialidade da pintura.
Embora não esteja incluída na seção "Perfis", a galeria cubana El Apartamento confirma sua posição como parte essencial da ARCO em termos de arte latino-americana, ao participar do evento pela nona vez. Fundada em Havana em 2015, recentemente se expandiu para Madri com uma sede, o que a levou a ampliar as nacionalidades dos artistas de seu catálogo.

Luis Sicre, seu diretor, enfatiza que El Apartamento trabalha com arte conceitual e contemporânea em múltiplas mídias, da videoarte à escultura, pintura e instalação. A feira ARCO foi fundamental para sua expansão e estabelecimento de vínculos com o mercado europeu e as instituições espanholas, que historicamente demonstraram grande interesse pela arte cubana. Nesta ocasião, são apresentadas obras de José Bedia, Los Bravú, Ariamna Contino, Roberto Diago, Leandro Feal, Diana Fonseca, Alx Hernández, Miki Leal, Eduardo Ponjuán e Reynier Leyva.

Desta forma, a ARCO Madrid demonstra, mais uma vez, o poder criativo da América Latina, sua capacidade de diálogo com outras cenas artísticas e sua consolidação no mercado internacional de arte contemporânea.
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