Um dia de pura arte e resistência

Um dia de pura arte e resistência

Argentina. Um dia de pura arte e resistência no Centro Cultural Bonaparte
Artistas, trabalhadores e comunidade se uniram num encontro que uniu cultura e compromisso, para denunciar demissões e fortalecer a defesa da saúde pública e dos direitos essenciais.

Na tarde deste domingo, o Centro Cultural Laura Bonaparte, localizado na Pasco 2140, CABA, foi o epicentro de uma jornada cultural que combinou arte, reflexão e luta em defesa da saúde pública. Com a participação de artistas e referências de destaque, a atividade serviu para tornar visível o esvaziamento do Hospital Laura Bonaparte, ao mesmo tempo que reafirmou o compromisso dos trabalhadores e da comunidade.

Gino Giglio, coordenador do Centro Cultural, destacou: “Este dispositivo acompanha pacientes e usuários no processo de alta por meio de oficinas artísticas e sociolaborais. “Promovemos o acesso à cultura como parte do direito à saúde pública, algo que está sendo atacado com as demissões.”

Uma tarde de arte e compromisso

O dia contou com músicas de Perro Segovia, Eli Almic, Bonacypher e Mocchi, além da reflexão filosófica de Emiliano Exposto sobre saúde mental. Este encontro não só reafirmou a importância da cultura como ferramenta de integração, mas também deu espaço aos trabalhadores para expressarem a sua preocupação com os anunciados despedimentos em massa.

Maximiliano Martínez, da área de comunicação em saúde, explicou: “O Hospital Laura Bonaparte não é apenas um local de atendimento, mas também um centro de formação de profissionais de todo o país. “Eles estão destruindo um modelo de atendimento integral que inclui desde ambulatórios até oficinas culturais, deixando muitos pacientes sem tratamento”.

Uma ponte para a ação

A atividade também serviu de preparação para o abraço solidário convocado para esta segunda-feira, 20 de janeiro, às 17h, em frente ao hospital, no Combate de los Pozos 2133, CABA. Esta manifestação, sob o lema “Porque esvaziar é fechar”, procura unir forças com outros hospitais e setores em luta.

Giglio destacou a importância da participação comunitária: “Convidamos as organizações comunitárias, sindicais, sociais, políticas e culturais a aderirem e aprenderem mais sobre como trabalhamos e o impacto que estas medidas têm. “Defender a saúde pública é defender direitos.”

Uma luta que não para

O dia de luta convocado para esta segunda-feira no “Abrazo al Bonaparte”, a partir das 17h no Combate de los Pozos 2133, terá microfone aberto para que os demitidos, pacientes e grupos possam expressar suas vozes. “Estamos a passar por uma situação crítica, não só em Bonaparte, mas na maioria dos hospitais nacionais. Precisamos unificar as lutas porque a saúde pública não pode esperar”, disse Martínez.

O Centro Cultural Bonaparte, mais uma vez, se consolida como um espaço de resistência onde arte e comunidade se encontram para defender um modelo integral de saúde. A luta pelo hospital é também uma luta pelo acesso aos direitos fundamentais, uma batalha que, longe de terminar, continua a somar vozes e ações.
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