Mineiras com obras na Bienal de SP integram mostra no Inhotim
Ao mesmo tempo que estão em exposição na 2ª mais tradicional bienal de arte do mundo, três artistas mineiras integram mostra do maior museu a céu aberto da América Latina
Duas novas exposições temporárias foram inauguradas recentemente no Instituto Inhotim, um dos mais importantes museus de arte contemporânea do mundo, localizado em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). As mostras são “Fazer o moderno, construir o contemporâneo”, dedicada ao artista baiano Rubem Valentim e outros nomes das artes que dialogam, de alguma maneira, com o seu legado, e “Direito à forma”, que reúne mais de 30 artistas negros de diferentes gerações e técnicas. Ambas integram o Programa Abdias Nascimento e o Museu de Arte Negra, iniciado em 2021.
A exposição de Rubem Valentim, considerado um mestre do concretismo no Brasil, que também incorporou em sua produção símbolos e emblemas das religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé, apresenta cerca de 80 obras do artista, entre pinturas, esculturas, relevos e murais. Além disso, em vizinhança às obras do artista homenageado, são incorporados trabalhos de outros nomes de relevo das artes visuais. Já a exposição “Direito à forma” ocupa a Galeria Fonte e apresenta trabalhos de artistas negros que exploram questões relacionadas à identidade, à memória, à ancestralidade e à resistência. Entre os nomes selecionados estão Sônia Gomes, Rubiane Maia e Luana Vitra, três artistas mineiras que, atualmente, possuem também obras em exposição na 35ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo, a segunda mais tradicional bienal de arte do mundo.
Sônia Gomes, nascida em 1948 em Caetanópolis, na RMBH, é conhecida por suas esculturas têxteis que incorporam elementos da cultura afro-brasileira e desafiam as convenções tradicionais da escultura. Ela começou a expor seu trabalho aos 46 anos – antes disso, ela atuou como professora e advogada. Já Rubiane Maia, que conjuga performance, vídeo, instalação e escrita em sua prática artística, nasceu em Caratinga, na Zona da Mata mineira, em 1979, e vive e trabalha entre Vitória, capital do Espírito Santo, e Folkestone, no Reino Unido. Ela trabalha ainda com desenho, colagem e pintura, explorando questões relacionadas ao corpo, à memória, à identidade e à resistência, além de se interessar por fenômenos e matérias orgânicas.
Por fim, Luana Vitra, que completa essa lista, é uma artista plástica, dançarina e performer que tem como foco principal de interesse o reino mineral e realiza um processo de subjetivação de si a partir das características de alguns minerais. Neste ano, ela vem numa espiral de conquistas de reconhecimento institucional: Luana venceu o Prêmio Pipa, um dos mais importantes da arte contemporânea brasileira, foi convidada para participar da 35ª Bienal de São Paulo, e agora expõe seu trabalho, pela primeira vez, no Inhotim.