Pinta Miami aborda a interação entre o local e o global na arte latino-americana
A feira, única especializada em criações da América Latina durante a Miami Art Week, expõe obras de mais de uma centena de artistas no Coconut Grove Hangar
A feira de arte contemporânea Pinta Miami, que abre quinta-feira, utiliza vários formatos e suportes para propor uma “reflexão profunda” sobre os problemas sociopolíticos da América Latina, em meio a um diálogo entre o local e o global.
A feira, única especializada em criações da América Latina durante a Miami Art Week, expõe obras de mais de uma centena de artistas no Coconut Grove Hangar, liderada por 45 galerias de 14 países.
“Serão diversas instalações, esculturas, pinturas e mídias mistas, com interesse na experimentação e nas interações entre o local e o global”, disse o fundador e diretor da Pinta, Diego Costa Peuser.
As obras de artistas emergentes e consagrados expostas na 18ª edição desta feira de Miami, que junto com as de Lima e Buenos Aires é um dos três filmes anuais de arte contemporânea celebrados pela Pinta, explorarão questões sociais, políticas e culturais ainda relevantes globalmente.
São, especificou Peuser, “propostas de qualidade com vozes atuais da arte contemporânea”, tanto da Espanha como da América Latina, um selo que pode ser um diferencial para colecionadores e público em geral que recorrem às dezenas de eventos organizados no âmbito de Miami Semana da Arte, que começou na segunda-feira.
“Quanto ao mercado de arte, é notável o crescimento do interesse pela arte latino-americana, o que tem sido demonstrado de forma sustentada com forte presença em grandes leilões internacionais”, acrescentou Peuser.
Para o diretor da Pinta, o público procura aproximar-se de novas formas de expressão que nem sempre estão presentes nas grandes instituições internacionais, mas que, no entanto, são vitais para a compreensão da realidade da arte global.
Neste sentido, a Pinta Miami “posiciona-se como um espaço de diálogo e exploração”, e afirma-se como uma feira que apresenta “obras que não são apenas visualmente atrativas, mas também oferecem uma forte carga conceptual e numa íntima relação com a região”. .
A edição em Miami conta com uma seção principal, que mostra uma grande seleção de galerias internacionais, além das seções paralelas Next, formada por oito galerias emergentes da América do Sul, e Radar, que propõe um diálogo "entre obras de artistas contemporâneos e visitantes.
Segundo explica a curadora geral da feira, Irene Gelfman, o Next envolve 15 artistas cujos trabalhos exploram temas como “as relações com os antepassados, a reinterpretação da mitologia e da cultura popular, as paisagens devastadas, a ligação com tecnologias e máquinas, e as utopias de reconexão com a terra”.
Uma das novidades deste ano é o Fórum, uma série de conversas em que participam artistas, curadores, pesquisadores, colecionadores e instituições culturais, que debaterão os desafios e estratégias para a gestão de iniciativas de arte contemporânea na América Latina.
Segundo Gelfman, chefe do Fórum junto com Giuliana Vidarte, nesta seção serão exibidos curtas-metragens e projetos audiovisuais de artistas latino-americanos “que integram a criação contemporânea com conhecimentos tradicionais e tecnologias ancestrais e atuais”.
Fonte