O artista venezuelano Alexander Apóstol traz ao México sua retrospectiva ‘Postura e geometria na era da autocracia tropical’
O artista venezuelano Alexander Apóstol, um dos mais conhecidos criadores da arte latino-americana atual, trouxe para a Cidade do México sua retrospectiva itinerante Postura e Geometria na Era da Autocracia Tropical. Ficará aberto no Museu Universitário de Arte Contemporânea (MUAC) até 12 de maio de 2024.
Onze vídeos, fotos e ações conceituais, concebidas desde 2005 até hoje, compõem a exposição, que já percorreu o Centro de Arte Dos de Mayo, em Madrid, a Fundação Proa, em Buenos Aires, e o Museu de Arte Moderna, em Bogotá. Em cada local, o artista criou obras específicas do local.
Uma das peças que realizou para o México é o vídeo Le Corbusier e Diego Rivera Visitam-se 30 Vezes que imagina um encontro entre o arquiteto francês e o muralista mexicano.
Outra das obras que se destaca nas salas do MUAC é a série fotográfica Régimen: Dramatis personae (2017–2018). O curador mexicano Cuauhtémoc Medina, responsável pela organização da retrospectiva, selecionou cinquenta retratos dessa série que exploram a transformação da identidade em vários contextos.
O artista venezuelano dedica boa parte de sua obra a investigar como projetos políticos nacionalistas e populistas influenciam a identidade dos sujeitos.
Segundo o curador, o conjunto da retrospectiva “mantém um olhar constante para a intersecção entre a estetização da política e a forma como as mais diversas práticas artísticas se deixam absorver, instrumentalizar e mobilizar pelas diferentes etapas da política continental”.
A obra de Alexander Apóstol, nas palavras de Medina, “oscila em torno da dicotomia das tradições visuais na Venezuela: por um lado, a visão historicista e nativista desenvolvida pelos pintores realistas – sob a proteção da ditadura de Marcos Pérez Jiménez – que Continua na encenação trágica e cómica do regime bolivariano do presente. Por outro lado, a utopia da reinvenção energética e corporal do construtivismo durante o boom do petróleo, entre 1960 e 1970.”
Apóstol vive em Madrid desde 2002. Nasceu em Barquisimeto, Venezuela, em 1969. Estudou História da Arte na Universidade Central da Venezuela e é um dos artistas de maior destaque no cenário latino-americano. O seu trabalho foi apresentado nas bienais de Xangai, Veneza, Gwangju, São Paulo, EVA International, Manifesta, Canárias, Havana, Praga, Cuenca, Istambul, etc.
Suas obras estão em coleções públicas e privadas, como a Tate Modern, em Londres; o Museu Guggenheim, em Nova York; o Centro Pompidou, em Paris; o Pérez Art Museum e a Cisneros Fontanals Art Foundation, em Miami; o Museu Banco de la República, em Bogotá; a Coleção Patricia Phelps de Cisneros, em Caracas, o Museu Centro de Arte Dos de Mayo e a Fundação ARCO, em Madrid.