Artistas latino-americanos e argentinos, nunca mais presentes do que nesta Bienal de Arte de Veneza
Um terço dos 331 artistas que compõem a Seleção Oficial são latino-americanos, uma proporção sem precedentes na história da grande exposição universal.
Da Argentina foram selecionados 16 artistas, muitos deles ligados ao modernismo histórico. Quatro deles têm presença ativa no cenário local.
O curador geral Adriano Pedrosa, estrela entre os curadores brasileiros, também mostrará arte indígena em espaço preferencial.
Como disse Neil Armstrong ao pisar na Lua, a 60ª Bienal de Arte de Veneza, que será inaugurada em 20 de abril e durará até novembro, significará um passo para a arte argentina e um grande salto para a arte latino-americana. De um total de 331 artistas escolhidos para fazer parte desta incrível vitrine global, 114 pertencem à América Latina e ao Caribe. Desse grupo, 16 são argentinos – entre vivos e falecidos, residentes no país ou no exterior.
De argentinos consagrados e emergentes e pouco conhecidos, o curador geral Adriano Pedrosa selecionou as obras para sua enorme exposição intitulada “Estrangeiros por toda parte” (Stranieri ovunque, em italiano). Nascido em 1965 e natural do Rio de Janeiro, dirige o renomado MASP (Museu de Arte de São Paulo) e é o primeiro latino-americano convidado para a Bienal. Em algumas viagens fugazes a Buenos Aires, em uma agenda envolta em sigilo, visitou algumas galerias com as quais já teve contato e que abrigam artistas cuja produção lhe interessa especialmente, para dialogar com o lema deste ano. Em particular, conheceu seu amigo Orly Benzacar (Galería Ruth Benzacar) e já assinou o Rosarina Mariana Tellería, que representou a Argentina há duas edições.
Os argentinos que formarão o time dos sonhos da Bienal são, além de Tellería, Claudia Alarcón & Silät de Salta (Comunidade La Puntana, Salta), Mauricio La Chola Poblete, Juana Elena Diz e a coreana Kim Yun Shin, de quase 90 anos . Kim nasceu onde hoje é a Coreia do Norte, mas sua família emigrou para Seul, onde ela recebeu sua educação. Ele mora entre a Coreia do Sul e a Argentina; Tem sua oficina museológica em Buenos Aires. Mas também haverá obras artísticas de artistas consagrados como Libero Badii, Elda Cerrato, Víctor Juan Cúnsolo, Juan del Prete, Clorindo Testa, Raquel Forner, María Martorell, Emilio Pettoruti, Lidy Prati, Kazuya Sakai e Bibi Zogbé. Vários dos artistas falecidos cujas obras Pedrosa selecionou são de origem italiana.
Entre todos eles, devemos imaginar a centralidade de Mauricio La Chola Poblete, a quem o curador confiou uma parede de 24 metros no Arsenale, na qual pode pendurar 7 grandes aquarelas de sua série Chola Virgins, e uma fotoperformance ( as imagens das obras não poderão ser exibidas até a inauguração).
A esses nomes soma-se Luciana Lamothe, representante da Argentina entre as propostas de países para a Bienal, cujo trabalho competitivo – Esperançosamente as portas desabarão – ocupará o Pavilhão Argentino no setor Arsenales. Depois de algumas semanas de incerteza, devido à crise, o novo governo reconfirmou que o artista terá o valor atribuído pela gestão anterior para a produção, que será feita na Itália devido aos custos de transporte.
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