Ambiente: Um armazém abandonado, iluminado pela luz da lua filtrada pelas claraboias. Estênceis e respingos de tinta adornam as paredes. Banksy, envolto em seu moletom com capuz, encosta-se em uma pilha de caixotes, de frente para o entrevistador.
Entrevistador: Sr. Banksy, o próprio enigma. Obrigado por conceder esta rara entrevista.
Banksy (voz disfarçada): Vamos chamar isso de experimento. O anonimato é meu escudo, mas a curiosidade pode ser uma ferramenta poderosa.
Entrevistador: De fato. O que alimenta seu fogo artístico? É comentário social, rebelião ou algo mais profundo?
Banksy: Um pouco de tudo isso, suponho. O mundo joga o absurdo em você e, às vezes, o riso é a única resposta sensata. Mas o riso pode doer, fazer-nos pensar duas vezes sobre os sistemas que aceitamos.
Entrevistador: Sua arte geralmente aborda temas delicados. Você já teve medo de repercussões?
Banksy: O medo é uma jaula. Minha arte amplifica as vozes dos que não são ouvidos e, às vezes, as jaulas precisam ser sacudidas. Além disso, o verdadeiro poder está na mensagem, não no mensageiro.
Entrevistador: Alguns chamam você de vândalo, desfigurando propriedade pública. Como você combate isso?
Banksy: O vandalismo está apagando a história. Reescrevo narrativas em paredes abandonadas, transformando-as em galerias ao ar livre, provocando conversas onde reinava o silêncio. Trata-se de recuperar espaços, não de destruí-los.
Entrevistador: Você protege ferozmente seu anonimato. Por que a máscara?
Banksy: Não é sobre mim. A máscara é uma tela, um símbolo. Qualquer um pode ser Banksy, em qualquer lugar. É um movimento, uma ideia, maior que qualquer pessoa.
Entrevistador: Qual é o futuro do artista indescritível?
Banksy: Enquanto a injustiça persistir, a opressão persistir e o humor continuar a ser uma arma, estarei por perto, um sussurro nas sombras, um toque de cor no cinza.
Entrevistador: Algum conselho para aspirantes a artistas, talvez aqueles inspirados no seu trabalho?
Banksy: Encontre sua voz, mesmo que ela trema. Questione tudo, até você mesmo. E lembre-se, as ruas são a sua tela, o mundo o seu público. Não tenha medo de deixar sua marca, mas faça valer a pena.
(Banksy desaparece nas sombras, deixando o entrevistador com um eco persistente de sua mensagem e o cheiro de tinta fresca.)
Latamarte
Banksy é um grafiteiro anônimo que pode ter nascido em Bristol, Inglaterra. Ele é conhecido por sua arte antiautoritária, muitas ...