Entrevistador: Olá, Cau Gomez! Obrigado por estar conosco hoje. Seu trabalho é amplamente reconhecido por seu forte comentário visual. O que te inspirou a se tornar um artista gráfico, especialmente no campo da caricatura e da sátira?
Cau Gomez: Olá! É um prazer estar aqui. Desde criança, sempre fui fascinado pelo poder das imagens para contar histórias. Cresci em Salvador, Bahia, uma cidade cheia de influências artísticas e culturais. Minha primeira inspiração veio dos jornais e revistas—eu ficava impressionado com o fato de um único desenho poder dizer mais do que um artigo inteiro. A caricatura, para mim, tornou-se uma maneira natural de misturar humor e crítica social.
Entrevistador: Seu trabalho aborda frequentemente questões políticas e sociais. Como você equilibra o humor com temas sérios?
Cau Gomez: Esse é um desafio! A sátira é uma faca de dois gumes—precisa ser afiada o suficiente para criticar, mas não tão agressiva a ponto de perder sua eficácia. Acredito que o humor é uma das maneiras mais poderosas de fazer as pessoas refletirem sobre as injustiças. Uma boa caricatura pode fazer alguém rir e, ao mesmo tempo, levá-lo a pensar profundamente sobre o assunto. Sempre tento manter esse equilíbrio através do uso de exagero e simbolismo, respeitando a inteligência do público.
Entrevistador: Você ganhou muitos prêmios internacionais. O que esses reconhecimentos significam para você como artista?
Cau Gomez: Os prêmios são gratificantes, mas para mim, a maior conquista é saber que meu trabalho chega até as pessoas e causa impacto. Vencer competições na Europa, Ásia e América Latina me permitiu conectar-me com artistas de diferentes culturas. Também mostra que a arte é uma linguagem universal, uma ferramenta poderosa para se comunicar além das fronteiras.
Entrevistador: Como você vê o papel da caricatura no mundo atual, especialmente com o crescimento da mídia digital?
Cau Gomez: A era digital mudou tudo! Por um lado, permite que os artistas alcancem um público global instantaneamente. Por outro, traz novos desafios, como censura, desinformação e a velocidade com que o conteúdo circula nas redes sociais. A caricatura continua sendo essencial porque oferece uma perspectiva alternativa, muitas vezes desafiando as narrativas tradicionais da mídia. Mas, hoje, um artista precisa estar ainda mais atento à forma como seu trabalho é disseminado e interpretado.
Entrevistador: Quem são suas maiores influências e que conselho você daria para ilustradores iniciantes?
Cau Gomez: Sempre admirei artistas como Millôr Fernandes, Ziraldo e Jean-Jacques Sempé. A capacidade deles de combinar simplicidade com significado profundo é algo que sempre busco em meu trabalho. Para os jovens ilustradores, eu diria: observem o mundo com atenção, desenvolvam sua própria voz e não tenham medo de se expressar. Nunca subestimem o poder do desenho para provocar reflexões e inspirar mudanças.
Entrevistador: Para finalizar, o que podemos esperar de Cau Gomez no futuro?
Cau Gomez: Estou trabalhando em um novo livro, que será uma coleção de ilustrações satíricas abordando política, cultura e o cotidiano. Também tenho exposições programadas no Brasil e na Europa, onde apresentarei algumas de minhas obras mais recentes. Sempre há novos projetos no horizonte!
Entrevistador: Isso parece incrível! Muito obrigado por compartilhar suas ideias conosco. Estamos ansiosos para ver mais do seu trabalho brilhante.
Cau Gomez: Obrigado! Foi um prazer ter essa conversa e poder compartilhar um pouco da minha trajetória. Continuem questionando o mundo… e nunca parem de desenhar!
Latamarte
Cau Gomez ou Claudio Antonio Gomes. “Nasci em 1972 na cidade de Belo Horizonte. Estudei arte na Escola de Minas Gerais, Guignard, ...