entrevista com Pablo Picasso, imaginário

entrevista com Pablo Picasso, imaginário

Um estúdio atemporal, banhado pelo brilho cálido de mil telas. Os pincéis dançam no ar, as tintas giram em tons espectrais. Picasso, um caleidoscópio de sua época, se materializa, seus olhos brilhando com um fogo eterno.

Entrevistador: Monsieur Picasso, ao longo dos séculos o senhor testemunhou a evolução da arte. Que sussurros o tempo guarda?

Picasso: (Um sorriso travesso) O tempo é uma musa travessa, mon ami. Fratura perspectivas, dando origem a novas escolas como estrelas cadentes. Cubismo, Surrealismo – meros instantâneos da grande narrativa!

Entrevistador: Mas você desafiou a categorização, saltando entre estilos. Foi uma rebelião ou uma busca mais profunda?

Picasso: Nenhum dos dois! É a busca da verdade, meu amigo. A verdade tem muitas faces e a arte deve dançar com todas elas. As lágrimas do Período Azul, a raiva de Guernica, as explosões alegres do Pop - são facetas da mesma joia.

Entrevistador: Mas é possível dominar tantas formas sem perder a sua essência?

Picasso: (Uma piscadela, os olhos acesos) Ah, o núcleo do artista não é um ponto fixo, mas uma chama vibrante! Ele brilha mais a cada exploração, alimentado pelo mundo em constante mudança.

Entrevistador: E o que alimenta essa chama, Monsieur Picasso?

Picasso: Curiosidade, meu amigo! É a fome insaciável de ver além do véu, de captar o suspiro do vento, o riso de uma criança, o poema não dito nos olhos de um estranho.

Entrevistador: Alguns dizem que a arte não consegue expressar tudo. A alegria fugaz, a dor esmagadora, o silêncio de uma noite estrelada...

Picasso: (Uma pausa pensativa) Talvez. Mas a arte pode ser um espelho da alma, refletindo seus tremores e triunfos. Não consegue capturar a lágrima, mas evocar a sua ferroada. Não pode pintar o silêncio, mas fazer você ouvir sua música.

Entrevistador: Que conselho, então, para quem ousa manejar o pincel?

Picasso: (Uma risada estrondosa) Abrace o caos, jovem! Deixe suas linhas dançarem, suas cores cantarem! Mas lembre-se, a técnica é uma ferramenta, não uma gaiola. Quebre os moldes, desafie as expectativas e nunca, jamais pare de jogar! Pois na brincadeira você redescobre o mundo e, com ele, sua própria criatividade sem limites.

(O estúdio desaparece, deixando para trás um eco persistente de risos e o cheiro de possibilidade. Picasso, um fantasma atemporal, retorna à tela da história, seu legado tecido na estrutura da arte.)

Latamarte

 

 

Pablo Picasso

Pablo Picasso

By LatAm ARTE

Pablo Picasso (1881-1973) foi um artista espanhol que passou a maior parte de sua vida na França. Verdadeiro gigante artístico, d ...