Artur Bordalo (Lisboa, 1987) utiliza o nome artístico Bordalo II, que escolheu como homenagem ao seu avô, o pintor Real Bordalo, de forma a promover uma continuidade e reinvenção do seu legado artístico. A sua juventude decorreu entre as horas passadas no ateliê do seu avô Real Bordalo, que tinha uma paixão incessante pelas aguarelas e óleos e retratava paisagens e cenas típicas da cidade, e as aventuras em torno dos graffitis ilegais no submundo da cidade de Lisboa. . Frequentou durante oito anos o curso de Pintura da Faculdade de Belas Artes de Lisboa, sem nunca o ter concluído, mas diz que estes anos lhe permitiram descobrir a escultura, a cerâmica, e experimentar uma variedade de materiais que o distanciaram da pintura , que o levou até lá em primeiro lugar. O espaço público tornar-se-ia o palco escolhido para as suas explorações da cor e da escala e a plataforma onde gradualmente transformou os seus hábitos e canalizou as suas experiências na construção e desenvolvimento do seu trabalho artístico, que atualmente está focado em questionar a sociedade materialista e gananciosa de da qual ele (também) faz parte. A produção e consumo excessivo de coisas, que resulta na produção contínua de “lixo” e consequentemente na destruição do Planeta, são os temas centrais da sua produção. Este “lixo” assume-se como a matéria-prima inusitada e única que Bordalo utiliza na construção de peças de pequena e grande escala que tem espalhado pelo mundo e que, acima de tudo, pretendem ser veículo de um manifesto universal.