Já há alguns anos, João Paulo Siqueira Lopes e Fernando Ticoulat, sócios da Editora Act, têm percorrido ateliês de artistas, instituições, feiras de arte, residências e outros espaços da América Latina com o objetivo de criar uma cartografia artística do continente. Dessa pesquisa, que seguiu à distância em meio à pandemia, nasceram os livros "Espaços de Trabalho de Artistas Latino-Americanos", em 2020, e "20 em 2020: Os Artistas da Próxima Década – América Latina", em 2021. A mais recente aposta da citada casa editorial é "Onde Vive a Arte na América Latina", que consiste em uma ampla documentação de 35 importantes espaços artísticos da região. "Entendo nossa missão como a de colocar a arte latino-americana no centro do debate contemporâneo, superando a desestrutura que muitas vezes impera no continente", explica João Paulo Siqueira Lopes. "Nesta publicação em específico, na qual decidimos focar no habitat da arte, o mais interessante foi perceber os diversos arranjos que existem entre o artista, as obras e o público para qual se dirige".
A publicação, ressalta ele, busca mostrar como o paradigma moderno de museu como catedral secular, que apenas abriga e exibe objetos de arte, não funciona mais. "E como esses espaços, dos mais transitórios e radicais aos institucionalizados, precisaram acompanhar as inovações dos artistas e suas propostas cada vez mais heterogêneas". Na seleção, estão espaços brasileiros como Aarea, MAM Rio, LABVERDE, Pivô e Pinacoteca de São Paulo, além de instituições estrangeiras, a exemplo de Fragmentos, Espacio de Arte y Memoria (Colômbia), Malba (Argentina), Museo Tamayo (México) e NuMu (Guatemala).