9 livros sobre arte na América Latina

9 livros sobre arte na América Latina

9 livros sobre arte na América Latina

Tava faltando referências pra pensar a arte na América Latina? Não falta mais…
Fiz uma seleção desde o clássico da Dawn Ades, que infelizmente só tem em sebos ou livrarias, até livros recém lançados como esse sobre o Torres Garcia.

Fiz questão de que a maioria dessa lista você encontrasse pra comprar, se tiver interesse, é claro.


A América Latina inclui o Brasil, então alguns livros sobre nós também foram incluídos.
Ficou muito assunto de fora ainda, qual livro você adicionaria nessa lista?


A obra apresenta um amplo panorama da arte latino-americana, do período marcado pelos movimentos de independência, em torno de 1820, aos dias de hoje. Investiga aspectos fascinantes da arte dos séculos XIX e XX, assim como fornece um apanhado geral da arte contemporânea do continente latino-americano.


O ponto de partida é o ateliê, lugar que provoca um fascínio generalizado, mas o livro Espaços de Trabalho de Artistas Latino-Americanos vai muito além dessas quatro paredes e revela singulares espaços de trabalho, seja o estúdio móvel, a própria cidade, como também locais utilizados para a pesquisa e reflexão de alguns dos mais renomados artistas de nosso continente. Com imagens realizadas pelo fotógrafo Fran Parente e entrevistas da jornalista e crítica de arte Beta Germano o livro convida o leitor a adentrar nestes ambientes tão íntimos do fazer artístico e conhecer um pouco mais da personalidade que habita cada um deles.


Com extrema agudeza, o crítico Ronaldo Brito passa em revista as várias tendências construtivas mundiais na arte do século XX. Essa recuperação introduz, no livro, um estudo definitivo sobre as singularidades do movimento neoconcretista brasileiro, na década de 1960. Ilustrado com reproduções de trabalhos dos principais artistas do grupo, como Lygia Pape, Hélio Oiticica e Lygia Clark. Obra imprescindível nos estudos da arte brasileira, publicada originalmente em 1985.


Situando-se no cruzamento de duas linhas da modernidade – o construtivismo e a arte de Duchamp – o trabalho de Hélio Oiticica passou pela pintura concreta, estruturas espaciais neoconcretas, objetos, manifestações ambientais, experimentações audiovisuais e proposições comportamentais. Celso Favaretto reconstrói a trajetória desse artista eminentemente experimental, explicitando o desenvolvimento coerente de suas propostas e de sua prática artística e o significado de sua intervenção crítica nos domínios da vanguarda brasileira dos anos de 1950 a 1970, levantando questões que continuam atuais.


Como entender o encontro do artesanato indígena com catálogos de arte de vanguarda sobre a mesa da televisão? Em busca de uma resposta a essa indagação emblemática, Néstor García Canclini analisa a cultura nos países da América Latina levando em conta a complexidade de relações que a configuram na atualidade: as tradições culturais coexistem com a modernidade que ainda “não terminou de chegar” por aqui. Neste livro, são apresentadas suas reflexões sobre o fenômeno da hibridação cultural nos países latino-americanos, procurando compreender o intenso diálogo entre a cultura erudita, a popular e a de massas, e sua inserção no cenário mundial. Para empreender a análise, Canclini lança mão de uma abordagem interdisciplinar e de um tratamento intercultural do tema, cumprindo sua tarefa com notável desenvoltura.


A cidade sem nome de Torres-García faz um ensaio em texto e imagem sobre uma obra gráfica de originalidade notável, publicada em 1941. Neste quinto volume da Coleção Gráfica Particular, Gustavo Piqueira destrincha “La ciudad sin nombre”, livro do artista uruguaio Joaquín Torres-García (1874-1949). Na caligrafia da obra analisada acontece uma simbiose profunda entre letras e desenhos, transformando-os em símbolos de um único código. O resultado é uma construção geométrica exemplar das páginas do livro, num sistema em que “ler” não está vinculado ao texto nem “ver”, às imagens.


Este livro apresenta ao público em geral a arte produzida em terras brasileiras desde antes de seu descobrimento até o final da década 1960. Cada capítulo, escrito por um especialista, relata um determinado período da história da arte no Brasil. Acreditando que no campo artístico é possível reconhecer a identidade de uma nação, Sobre a arte brasileira busca aproximar os leitores da formação da expressão artística no Brasil até o seu amadurecimento e convida a uma reflexão sobre a importância do patrimônio cultural do país e sua difusão.

 

Utilizando uma abordagem ao muralismo mexicano, especificamente ao trabalho de Rivera, Orozco e Siqueiros, Subirats explora interpretações americanas e europeias da arte, que são obviamente hegemónicas e colocam o muralismo mexicano numa posição diminuída e desfavorecida, tentando compreendê-lo e estudá-lo de acordo com critérios estranho à nossa cultura, o que anula a sua particularidade histórica, na ausência de um horizonte teórico autónomo, específico e próprio, além da inexistência de uma consciência crítica. Da mesma forma, e em contrapeso ao acima exposto, expõe os fundamentos mitológicos, metafísicos, sociológicos e políticos de toda verdadeira obra de arte, tudo isso, claro, em uma prosa lírica elegante e a partir de uma postura crítica original.


Pode o mundo da arte, com as suas razões estéticas universais, declarar-se fora das regras do regime patriarcal? Este campo está livre de tetos de vidro, de reclamações e de estereótipos de gênero? Nada disto parece ser corroborado quando se olham para os números do sistema oficial: as mulheres têm menos prémios, menos presença em exposições e ocupam, salvo raras excepções, lugares subalternos nas histórias da arte. Diante desse cenário, está em curso um intenso movimento de transformação. De mãos dadas com o ativismo feminista e de género, a partir da década de 1970, a arte ofereceu ferramentas para um imaginário libertador e colocou o corpo feminino como lugar privilegiado de expressão de uma subjetividade em dissidência.

Feminismo e Arte Latino-Americana apresenta um panorama teórico e quantitativo da cena feminina nas artes visuais e foca na intervenção de artistas que contribuíram para a construção de um imaginário emancipatório na América Latina. Andrea Giunta explora nestas páginas a emergência de novos temas – maternidade, assédio, prostituição, corpos divergentes – e novas formas de representação, que questionam não só as diferenças entre arte feminista e arte feminina, mas também as relações de poder inscritas nos modos de ver e mostrar.

Este livro conta a história de uma revolução em curso e propõe-se como uma intervenção ativa baseada no conhecimento. Se ainda hoje o universo da arte replica, sob as formas da exclusão e da invisibilidade, as diferentes formas de violência contra as mulheres, restaurar o sentido político do feminismo artístico não significa substituir um conjunto de nomes num sistema de poder, mas sim contribuir para a abertura de uma compreensão diferente do mundo.

https://lendoahistoriadaarte.com/2021/07/27/9-livros-sobre-arte-na-america-latina/

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