O que é história da arte e para onde ela vai? II

O que é história da arte e para onde ela vai? II

História: Dando sentido ao passado
Como as definições de arte e beleza, os conceitos sobre a história mudaram ao longo do tempo. Pode parecer que a história escrita deveria ser simples: tudo é baseado em fatos, não é? Em teoria, sim, mas as evidências que sobrevivem ao tempo são vastas, fragmentadas e confusas. Os historiadores devem tomar decisões sobre o que incluir e excluir, como organizar o material e o que dizer sobre ele. Ao fazerem isso, eles criam narrativas que explicam o passado de modo que ele faça sentido no presente. Inevitavelmente, como o presente muda, tais narrativas são atualizadas, reescritas, ou descartadas completamente e substituídas por novas narrativas. Toda história, então, é subjetiva, tanto um produto da época e lugar em que foi escrita quanto a evidência do passado que ela interpreta.

A disciplina da história da arte se desenvolveu na Europa durante o período colonial (aproximadamente do século 15 até meados do século 20). Os primeiros historiadores de arte enfatizaram a tradição Europeia, comemorando suas origens Gregas e Romanas e os ideais da arte acadêmica. Em meados do século 20 estabeleceu-se uma narrativa padrão para a "arte Ocidental" que traçou o seu desenvolvimento desde a arte Mediterrânea pré-histórica, antiga e medieval até a da Europa moderna e dos Estados Unidos. A arte do resto do mundo, rotulada de "arte não-Ocidental", foi tipicamente tratada apenas marginalmente e de uma perspectiva colonialista.
As imensas mudanças socioculturais que ocorreram no século XX levaram os historiadores de arte a corrigir tais narrativas. Relatos da arte Ocidental que apresentavam apenas homens brancos foram revisados para incluir artistas negros e mulheres. O foco tradicional na pintura, na escultura e na arquitetura foi expandido para incluir as chamadas artes menores, tais como cerâmica e têxteis, e a mídia contemporânea, como o vídeo e a arte performática. O interesse pela arte não-ocidental aumentou, crescendo drasticamente nos últimos anos.


Máscara Pendente da Rainha Mãe (Iyoba), século XVI, etnia Edo, Corte do Benin, Nigéria, marfim, ferro, cobre, 23,8 x 12,7 x 8,3 cm (Museu Metropolitano de Arte, Nova York) (foto: Steven Zucker, CC BY-NC-SA 2.0)
Hoje, o maior desenvolvimento social que a história da arte enfrenta é a globalização. Como nosso mundo se torna cada vez mais interligado, a familiaridade com diferentes culturas e com a diversidade são essenciais. A história da arte, como a história dos artefatos excepcionais de uma ampla gama de culturas, tem um papel a desempenhar no desenvolvimento dessas habilidades. Agora, os historiadores de arte podem ponderar e debater como conciliar as origens intelectuais europeias com seu legado colonialista problemático, com o multiculturalismo contemporâneo, e como escrever a história da arte em uma era global.


Os vídeos e artigos do Smarthistory refletem essa história da história da arte. Uma vez que o site foi originalmente criado para oferecer suporte a um curso de história e arte Ocidental, o conteúdo inicialmente focava nas obras mais célebres do cânone Ocidental. Com os principais períodos e civilizações desta tradição agora bem representados e um número crescente de estudiosos contribuindo, a gama de objetos e temas tem aumentado nos últimos anos. E mais importante, foi adicionada uma cobertura substancial de tradições do mundo fora do Ocidente. Como o site continua a se expandir, as obras e as perspectivas apresentadas irão evoluir com as tendências contemporâneas da história da arte. Na verdade, como inovadores no uso da mídia digital e da internet para criar, divulgar e questionar o conhecimento da arte histórica, a Smarthistory e seus usuários têm o potencial para ajudar a moldar o futuro da disciplina

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