A discussão contra a arte de Inteligência Artificial possui diversas vertentes, que podem variar entre valores éticos ou valores emocionais associados à arte como um todo. Primeiramente, muitos artistas defendem a ideia de que esse estilo de arte contemporâneo vai contra os fundamentos da arte.
De acordo com o autor e ilustrador de livros infantis, Rob Biddulph, por exemplo:
“[A arte de IA] é exatamente o oposto do que eu acredito que a arte seja. Fundamentalmente, sempre senti que a arte é traduzir algo que você sente internamente em algo que existe externamente. Qualquer que seja a forma que assuma, seja uma escultura, uma peça musical, um texto, uma performance ou uma imagem, a verdadeira arte é muito mais sobre o processo criativo do que sobre a peça final. E simplesmente apertar um botão para gerar uma imagem não é um processo criativo”, disse em depoimento ao The Guardian.
Mas, além da criatividade, existe outro problema ressaltado dentro da discussão: a propriedade artística de outras pessoas.
Para que os softwares dessa arte funcionem, eles são “alimentados” de diversos conteúdos espalhados pela internet, inclusive obras protegidas por direitos autorais de outros artistas. Porém, a máquina não faz distinção entre obras protegidas e aquelas de uso livre. Isso resulta na criação de imagens baseadas em outros projetos.
Portanto, muitos artistas reais sofrem com a cópia de sua propriedade intelectual sem nenhuma forma de compensação financeira. De fato, alguns programas podem reproduzir obras inteiramente baseadas em artes credenciadas de artistas reais.
As imagens, feitas em segundos, ignoram o verdadeiro trabalho por trás de obras de arte. Elas reúnem informações, paisagens, faces e qualquer outro tipo de arte a partir do consumo de obras já produzidas.
E, enquanto a arte de Inteligência Artificial não vai apagar a criatividade humana, artistas vão continuar na luta contra o roubo de suas propriedades intelectuais e pelo reconhecimento de seu trabalho árduo.