Inteligência Artificial: arte, artista ou meio? 2

Inteligência Artificial: arte, artista ou meio? 2

Inteligência Artificial: arte, artista ou meio? 1

Hod Lipson, professor de engenharia mecânica e diretor do Laboratório de Máquinas Criativas da Universidade de Columbia em Nova York, atua no projeto em que robôs pintam telas a óleo físicas e defende que estamos vendo nascer um novo gênero de arte visual. E foi uma robô-pintura ultra realista que marcou a 59ª Bienal de Arte de Veneza, em 2022.

Nomeada em homenagem à pioneira da computação Ada Lovelace, Ai-Da foi construída e finalizada em 2019 por uma equipe de programadores, psicólogos e especialistas em arte e robótica. Quando exposta, ela responde aos questionamentos do público enquanto realiza suas pinturas. O resultado de sua produção acaba em segundo plano, uma vez que a atração parece ser a própria robô de forma que a artista protagoniza o papel de objeto artístico.
A robô Ai-da nos leva a outro ponto de debate, que é o crítico. Como especialistas em arte podem julgar uma produção à base de algoritmos? A crítica ainda não está pronta para avaliar categoricamente esses trabalhos, a pesquisa está em construção e é papel da crítica também refletir se a supressão da subjetividade no processo criativo ainda atua numa esfera sensível da sociedade ou se oferece apenas um deslumbramento com o preciosismo técnico.
A inteligência artificial envolve um agrupamento de diversas tecnologias para simular atividades complexas humanas como capacidade de aprendizado, solução de problemas, compreensão da linguagem e tomada de decisões, mas não há perspectiva que atinja níveis subjetivos de sensibilidade e expressão, por isso não é o momento de sentenciar a arte à morte.

A arte é dialética, seu significado nunca foi fácil de delimitar e ele sempre se renova, Fabrizio Augusto Poltronieri, artista e professor do Instituto de Tecnologias Criativas da De Montfort University, em Leicester, na Inglaterra, revela, otimista, em uma live da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo: “O que me interessa realmente e o que eu acho que é o estado da arte da produção e da pesquisa sobre inteligência artificial e criatividade é o desenvolvimento de métodos, de metodologias de fazer artístico, de fazer criativo, onde a inteligência artificial funciona como um colaborador em tempo real para os artistas”.

O culto excessivo a tecnologia não pode ser substituído pela sensibilidade a qual só os humanos são dotados, o fascínio precisa ser seguido da crítica, dessa forma é possível, assim como aponta o professor, utilizar ferramentas e métodos de maneira libertária e não resignada.

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