A arte popular latino-americana inclui aquelas expressões ou obras de arte, típicas dos habitantes da América Latina, que são produzidas por grupos que compõem o povo e para eles, às vezes feitas por autores anônimos. Este tipo de arte costuma incorporar diversos valores nos objetos que são produzidos, bem como nas expressões intangíveis da literatura, canto e música onde costumam ser incorporados elementos de costumes, mitos e lendas.
Observa-se que muitos dos objetos produzidos tendem a ter funcionalidade, e em sua modelagem são utilizadas técnicas ancestrais nas quais, por meio do uso de cores e texturas, se expressa uma concepção de mundo e muitas vezes elementos que compõem a essência de as origens e a sua miscigenação. Nas suas figuras e expressões refletem-se elementos da vida quotidiana e da comunidade, nas suas crenças, tradições e cultura.
O curador e estudioso brasileiro Luciano Alves Duffrayer indica que o nacionalismo observado durante a década de 1920 e o impacto e a absorção da vanguarda artística europeia permitiram superar certos preconceitos acadêmicos do século XIX e, assim, permitiram valorizar expressões de arte que havia sido deixada de lado desde os tempos coloniais. No final do século XX, a arte popular latino-americana gozava de plena aceitação. Duffrayer sustenta que a arte popular conseguiu transcender o meramente artesanal, incorporando a sua própria e por vezes primitiva visão da natureza, dos homens e da sua imaginação mágico-religiosa; embora também alerte sobre as ameaças representadas pelas forças do mercado globalizado e pela sociedade.
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