Quando pensamos em literatura, pintura e arte em geral, vêm à mente pessoas como Eduardo Galeano, Julio Cortázar, Juan Rulfo, Gabriel García Márquez, Juan José Arreola. E, se especificarmos pintores, poderiam vir à mente Eduardo Sívori, Alfredo Valenzuela Puelma, Víctor Meirelles ou artistas mais “contemporâneos” como Diego Rivera, Juan Vicente Gómez Landaeta e muitos mais.
No entanto, naquela época, muito pouco se sabia sobre as mulheres: elas não pintavam? Embora pudéssemos lembrar de Frida Khalo como "cultura geral", seria ela a única que se interessaria por arte? Ou talvez ela fosse uma das poucas mulheres que tinham permissão para se envolver com arte?
Graças à trajetória histórica, sabe-se que a arte (e não só na América Latina) tem sido assunto de homens. Tanto que os grandes nomes do Renascimento, Barroco, Neoclássico e Romantismo foram figuras masculinas. No entanto, as mulheres também faziam arte naquela época; ou pelo menos há dados históricos sobre alguns, como o caso de Berthe Morrisot durante o período do impressionismo na Europa.
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Apesar do exposto, a verdade é que os poucos dados que temos de artistas mulheres em outros períodos e culturas foram obtidos graças ao fato de pertencerem às famílias privilegiadas da época; que puderam ter algum acesso à arte. A questão aqui é: essa dinâmica realmente mudou? Ou ainda é um privilégio das elites do mundo contemporâneo?
Durante o século 21, a arte feminina latino-americana começou a se tornar mais visível. Amostra do exposto, a revista Forbes México mostrou 10 mulheres latino-americanas de destaque neste ramo; embora a mesma revista afirme que não é uma lista propriamente dita, ou uma enumeração, mas uma lista de algumas mulheres (que não são as únicas) que há algum tempo fazem coisas memoráveis para a arte latino-americana. Agora, a questão aqui é, realmente, essas mulheres nos representam?
Apesar de as figuras femininas começarem a se tornar visíveis, a verdade é que a arte continua sendo um espaço elitista e principalmente masculino desde que está listada pela Forbes México, se você olhar bem, mostra muito pouco do que é a América Latina. .
Como amostra do exposto, dentro das mulheres de destaque na arte, de acordo com a Forbes México; é Estrellita Brodsky, que é uma das grandes divulgadoras da arte latino-americana internacionalmente. No entanto, revisando um pouco de sua história, pode-se constatar que ela realmente nasceu e foi criada em Nova York, com pai europeu e mãe uruguaia. Embora tenha origens latino-americanas por parte de mãe, a verdade é que o seu contexto não era de todo o de um latino-americano comum. Então, o talento latino está realmente sendo exibido?
Da mesma forma, há Patricia Phelps de Cisneros, que em 2017 recebeu o Ibero-American Patronage Award da Callia Foundation e o Leo Award, que a Independent Curators International, organização artística fundada em 1975 para apoiar projetos curatoriais, lhe concedeu por sua carreira. Um de seus trabalhos mais reconhecidos é a doação de arte para o museu MoMA em Nova York.